segunda-feira, abril 30, 2012

Evangelho de hoje: Jesus é o unico Pastor

EVANGELHO: Jo 10, 1 - 10

Em todos os Evangelhos, João é o único que nos apresenta Jesus diretamente como a “Porta das ovelhas”. O Senhor indica, claramente, que Ele é a única porta por onde deve entrar todos os pastores de Israel. Ou seja, os reis ou dirigentes messiânicos de Israel devem se ajustar ao único e verdadeiro pastor que é Jesus. Quem não entrar como os apóstolos, pela Sua porta, não pode ser verdadeiro pastor. Por isso, na continuação, Jesus explica Seu papel de supremo e verdadeiro Pastor.
A afirmação de Jesus, segundo a qual Ele é a porta do aprisco, é de tal modo absoluta, que nos obriga a mantê-la como uma verdade de fé. Todo aquele que não se compromete com Jesus e seus ensinamentos, não pode ser verdadeiro pastor das ovelhas que constituem os súditos do Reino.
Essa Porta é única, de modo que qualquer outra porta que nos seja apresentada será o mesmo que entrar no aprisco “por cima da cerca”. E isso é roubalheira, é vandalismo, prática própria dos ladrões que servem melhor a seus interesses do que ao bem das ovelhas a eles encomendadas.
Quem são os tais? Evidentemente, aqueles que buscam o dinheiro como proveito de seus serviços ou a fama para serem louvados como tais líderes. Quando Jesus coloca Seu serviço como “dar a vida”, é para isso: Ele escolheu a morte para que elas tenham vida (cf. Jo 10,15). Jesus ainda dirá como os chefes da Terra subjugam e dominam, mas aquele que quiser ser grande entre seus discípulos deve servir a todos como Ele mesmo fez (cf. Mt 20,25-28).
Não podemos esquecer que os primeiros pastores são os próprios pais. Neste mundo, em que o bem-estar e o prazer substituem o amor e o serviço, é bom recordar as palavras de Jesus sobre como apascentar as ovelhas que, no caso, são os próprios filhos.
“Em verdade, vos declaro: Eu sou a porta das ovelhas”. Jesus acaba de abrir a porta que nos tinha mostrado fechada. Ele mesmo é essa porta. Reconheçamo-lo, entremos e alegremo-nos por ter entrado.
“Os que vieram antes são ladrões e salteadores”. É preciso compreender: “Os que vieram fora de mim”. Os profetas vieram antes d’Ele. Eram, por acaso, ladrões e salteadores? De forma nenhuma, porque não vieram fora de Cristo. Estavam com Ele. Ele os tinha enviado como seus mensageiros.
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, diz Jesus (Jo 14,6). Se Ele é a verdade, os que estavam na verdade estavam com Ele. Os que vieram fora d’Ele, pelo contrário, são ladrões e salteadores porque só vieram para pilhar e fazer morrer. “A esses, as ovelhas não escutaram”, diz Jesus.
Mas os justos acreditaram que Ele viria tal como nós acreditamos que Ele já veio. Os tempos mudaram. A fé é a mesma. Uma mesma fé reúne os que acreditavam que Ele devia vir e os que acreditam que Ele já veio. Vemos entrar todos, em épocas diferentes, pela única porta da fé, quer dizer, Cristo.
Sim, todos os que acreditaram no passado, no tempo de Abraão, de Isaac, de Jacó, de Moisés ou dos outros patriarcas e profetas que anunciavam Cristo. Todos esses eram já suas ovelhas. Neles se ouviu o próprio Cristo, não como uma voz estranha, mas com a Sua própria voz.
Portanto, quem entrar por Jesus encontrará pastagem, isto é, alimento para a vida. E vida em abundância. A vida eterna.
Pai, torna-me um discípulo dócil de Jesus, o verdadeiro Pastor que arriscou a própria vida para me salvar. Somente Ele poderá conduzir-me para Ti e contigo viver eternamente.
Padre Bantu Mendonça

domingo, abril 29, 2012

Vinde à Fonte: O segredo da paciência “Vale mais ter paciência d...

Vinde à Fonte: O segredo da paciência
“Vale mais ter paciência d...
: O segredo da paciência “Vale mais ter paciência do que ser valente; é melhor saber se controlar do que conquistar cidades inte...

JESUS O BOM PASTOR

Jesus nos responde: “Eu sou o Bom Pastor”. Se entendermos, na palavra “bom”, o sentido de “modelo”, então teremos a resposta certa, porque o Senhor é modelo de Pastor ideal.
O verdadeiro pastor é aquele que presta o seu serviço por amor e não por dinheiro. Ele não está apenas interessado em cumprir o contrato, mas em fazer com que as ovelhas tenham vida e se sintam felizes. A sua prioridade é o bem do rebanho que lhe foi confiado. Por isso, ele arrisca tudo em benefício das ovelhas e está disposto a dar sua própria vida por elas, porque as ama. Nele, as ovelhas podem confiar, pois sabem que seu cuidador não defende interesses pessoais.
Você, presidente, governador, prefeito, político, bispo, sacerdote, diácono, consagrado, catequista, casado, pai, mãe ou jovem, como tem sido bom pastor para as ovelhas que lhe foram confiadas por Deus?
O Bom Pastor dá a sua vida por nós. Isso requer de nós a consciência de nossa tarefa, de nosso dever. Ao dar a Sua vida, Jesus estava consciente de que não perderia nada. Quem se gasta a serviço do projeto de Deus não perde a vida, mas constrói para si – e para o mundo – a vida eterna e verdadeira. O seu dom não termina em fracasso, mas em glorificação. Para quem ama não há morte, pois o amor gera vida verdadeira e definitiva.
O apascentador dá a vida por suas ovelhas. Jesus se apresenta como modelo de Pastor ideal, fato polêmico com os sumos sacerdotes e mestres da Lei, denunciando o modo como o povo era tratado por seus líderes. Diferente do mercenário – como bem nos escreve João -, que não se importa com as ovelhas, Jesus é Aquele que vive para os Seus.
Ele, o Homem da substituição solidária, conhece e dá Sua vida para que tantos a tenham. Por isso, o Pai Lhe ama e Lhe concede o poder de tirar e receber a vida: “Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente; essa é a ordem que recebi do meu Pai” (Jo 10,18). Essa missão é marcada por uma relação pessoal e íntima com as ovelhas: conhece a cada uma, fruto de amor-doação. Mas, ao mesmo tempo, não se limita às fronteiras de Israel: “Tenho também outras ovelhas…”. Seus cuidados de Pastor destinam-se a levar vida a todos os povos da Terra.
Em Jesus se realiza a ação do Pai. N’Ele e por Ele a salvação chega ao universo, como Lucas reconhece nos Atos dos Apóstolos: “Em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos”.
Em Jesus recebemos o grande presente do Pai: somos todos considerados filhos de Deus. Desta consciência deve nascer toda a nossa alegria e esperança. Se o mundo em que vivemos nos revela que perdeu seu sentido de ser entregue à violência, à corrupção exagerada e ao consumismo desaforado, nós temos o grande compromisso de levar a Boa Nova mediante atitudes cristãs que nos empenham na luta por ver triunfar, neste mundo, o amor do Bom Pastor por Suas ovelhas.
A entrega de Jesus não é um acidente nem uma inevitável fatalidade, mas um gesto livre de alguém que ama o Pai, ama os homens e escolhe o amor até às últimas consequências. O dom de Jesus é um dom livre, gratuito e generoso. Sua decisão em oferecer, livremente, a própria vida, manifesta Seu amor pelo Pai e pelos homens.
Jesus é a porta que introduz o ser humano na vida de Deus. Entrando por essa porta, as ovelhas se encontram com o Pai e com o Seu projeto de salvar a todos, inclusive você, meu irmão e minha irmã!
A salvação está entrando em sua casa pela parábola do Bom Pastor. Louve e agradeça a Deus, porque Ele é bom, pois em Jesus se manifesta a ternura do Pai que quer nos conduzir.
Veja que Pedro, cheio do Espírito Santo, disse: “É pelo nome de Jesus Cristo, de Nazaré – Aquele que vós crucificastes e que Deus ressuscitou dos mortos – que este homem está curado diante de vós”, ou seja, que nossas ações possam revelar o Cristo. Somente por Ele sejam feitas nossas ações pastorais e sociais. Pedro, nessa passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos, nos inspira a ser reveladores do Bom Pastor. Portanto, alegremo-nos no Senhor fazendo o bem, mesmo quando encontrarmos oposição. Isso enriquece nossa vida, porque o amor de Jesus é salvação, é Páscoa, é Ressurreição!
Que neste domingo, eu e você busquemos ser sinal do Bom Pastor que “dá a vida por suas ovelhas” e faz-se Pão partilhado. Que cada batizado se sinta chamado e comprometido com Sua causa. Que Sua ação seja a nossa ação mediante participação, a cada domingo, no memorial eucarístico, e concretizado na perfeita busca pela justiça e paz. Que possamos, verdadeiramente, ser bons pastores e revelar o Reino de Deus nas nossas manifestações de carinho e atenção mútua, em especial pelo pobre e sofredor, figura predileta da ternura e do cuidado do Bom Pastor.

4°. DOMINGO DA PASCOA: JESUS O BOM PASTOR

Evangelho

Jo 10,11-18: Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas.”
Jesus compara-se com um pastor que se interessa por suas ovelhas, que as defende e chega a dar a vida para salvá-las. A segunda parte da parábola oferece muitos pontos para nossa reflexão. Vamos ficar com apenas uma ideia: Jesus cuida de nós e quer nosso bem. Cuida de nós porque nos ama, conhece cada um pessoalmente. Esse seu amor cria entre nós e ele um laço profundo, que nos torna possível conhecê-lo de um jeito novo: como o Pai o conhece e como ele conhece o Pai. Jesus quer nosso bem, por isso ele se entrega, se dá totalmente a nós, não apenas sua vida, mas por nós entrega toda a sua pessoa, para ser nosso e podermos ser dele e do Pai.

Oração

Senhor Jesus, a iniciativa foi vossa e não minha. Vós me amastes primeiro, e tudo fizestes para conquistar meu coração. Só me resta deixar que tomeis conta de minha vida, que sejais meu “pastor”, que se interessa por mim, cuida de mim e me defende do mal. Já que me conheceis tão profundamente, manifestai-vos a mim, abri-me os olhos do coração para que vos conheça como queremos conhecer quem nos ama e quem amamos. Vós vos entregais todo para me salvar, ajudai-me a corresponder a tanto amor, entregando-me também a vós. Confio em vosso amor, e por isso entrego-me a vós, para que façais de mim o que bem vos agradar. Guardai-me, não permitais que vos abandone. Amém.

ORAÇÃO

Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ao terceiro dia,
ressuscitou, segundo as Escrituras; apareceu a Cefas e, depois, aos Doze.

V.
O Senhor ressurgiu realmente. Aleluia.
R.
A apareceu a Simão. Aleluia.
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, conduzi-nos à comunhão das alegrias celestes, para que o rebanho
possa atingir, apesar de sua fraqueza, a fortaleza do Pastor. Por Cristo, nosso Senhor.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor. R. Graças a Deus.

quarta-feira, abril 18, 2012

Religião: Oração do Dia

18 de abril de 2012

João 3,16-21
Senhor, torna-me servidor autêntico dos irmãos necessitados, pois esta é a missão que recebi de
ti ao me doar, como Jesus, ao serviço da humanidade sofredora. Por Jesus Cristo, teu Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Evangelho do dia 18 de abril de 2012

Ano B - 18 de abril de 2012

João 3,16-21

Aleluia, aleluia, aleluia.
Deus o mundo tanto amou, que lhe deu seu próprio Filho, para que todo o que nele crer encontre vida eterna (Jo 3,16).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
3 16 Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele.
18 Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado; por que não crê no nome do Filho único de Deus.
19 Ora, este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más.
20 Porquanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.
21 Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus.
Palavra da Salvação.

A tragédia do Titanic nas fotografias de um jesuíta

A tragédia do Titanic nas fotografias de um jesuíta

"Desça logo desse navio!" O telegrama do padre provincial era peremptório e não deixava margem para mal-entendidos.

(Foto: )
E assim Frank Browne (foto 7), estudante jesuíta irlandês a três anos da ordenação sacerdotal, relutantemente, desceu do transatlântico com a sua mala e a sua máquina fotográfica.
Naquele momento, o padre Frank não podia saber que essa ordem tão severa não só lhe salvaria a vida, mas também salvaria as suas fotografias, imagens destinadas a entrar para a história. Sim, porque os seus foram os últimos retratos do Titanic, tirados poucas horas antes do trágico naufrágio ocorrido no domingo 14 de abril de 1912, como consequência do impacto com um iceberg.
Por ocasião do centenário da tragédia, na qual 1.523 dos 2.223 passageiros a bordo perderam a vida (incluindo os 800 membros da tripulação), essas fotos foram coletadas, digitalizadas e impressas em um livro publicado na Irlanda em edição especial, intitulado Father Browne’s Titanic Album (que, na realidade, é uma reedição atualizada e ampliada de um livro lançado em 1997).
Mas quem era o jovem jesuíta? E por que estava a bordo do Titanic? A vida do padre Browne é cheia de episódios excepcionais. Em 1909, quando ainda era novício, ele acompanhou o tio, o bispo Robert Browne, de Cloyne, em uma peregrinação a Roma. Durante essa viagem, ele teve a oportunidade de se encontrar, em uma conversa privada, com o então Papa Pio X. Mas o jesuíta, a seu modo, já entrou para a história. Na faculdade, ele teve a sorte de ser colega de curso do escritor irlandês James Joyce, que o imortalizará no personagem do "senhor Browne, o jesuíta", em sua obra-prima, Finnegans Wake.
O padre Browne cultivava uma paixão: a fotografia. Era um autodidata, mas com uma sensibilidade totalmente particular para a imagem considerada não só do ponto de vista artístico, mas também documental (com os seus retratos, ele testemunharia as tragédias da Primeira Guerra Mundial, da qual participaria como capelão e seria condecorado).
Assim, quando seu tio lhe presenteou um bilhete para o primeiro trecho (Southampton-Cobh) da viagem inaugural do Titanic, ele decidiu levar consigo a máquina fotográfica e toda a parafernália (flash, tripés etc.) para tirar o máximo de fotos possíveis. Uma vez a bordo, ele não perdeu um segundo e começou a fotografar o que parecia interessante: os quartos e o salão de jantar da primeira classe, a academia, a biblioteca, os passageiros que caminham na ponte, mas também os emigrantes de terceira classe. Muitas das pessoas imortalizadas em suas placas pereceria no naufrágio. Entre elas, o capitão Edward Smith. Foi justamente o padre Browne que tirou a sua última foto antes do trágico acidente.
Foi graças às suas imagens que historiadores e engenheiros conseguiram reconstruir ao menos uma parte da história do Titanic. Até mesmo o diretor James Cameron consultou as fotos do jesuíta irlandês para preparar o set do seu blockbuster Titanic (1997). A cena do menino que brinca com um pião no convés da primeira classe sob o olhar atento do seu pai foi reconstruída precisamente a partir de um retrato do padre Browne (foto).
A bordo, o jesuíta conheceu um casal norte-americano que se ofereceu para lhe pagar o bilhete até Nova York. O padre Browne telegrafou ao seu superior em Dublin para lhe pedir a permissão, mas ele recebeu a ordem de descer do navio. Com pesar, ele obedeceu.
De volta à sua comunidade, desenvolveu e catalogou as fotografias e depois as arquivou em um porão, esquecendo-se delas. Seria um coirmão seu, muitos anos depois, que as encontraria e as publicaria.
Revista dos jesuítas italianos, Popoli, 11-04-2012.

domingo, abril 08, 2012

Liturgia das Horas tarde do Domingo de Páscoa!


II Vésperas

V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.

R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Aleluia.

Hino
Às núpcias do Cordeiro
em brancas vestes vamos.
Transposto o mar Vermelho,
ao Cristo Rei cantamos.

Por nós no altar da cruz
seu corpo ofereceu.
Bebendo deste sangue,
nascemos para Deus.

Seu sangue em nossas portas
afasta o anjo irado.
Das mãos dum rei injusto
seu povo é libertado.

O Cristo, nossa Páscoa,
morreu como um Cordeiro.
Seu corpo é nossa oferta,
Pão vivo e verdadeiro.

Ó vítima verdadeira,
do inferno a porta abris,
livrais o povo escravo,
dais vida ao infeliz.

Da morte o Cristo volta,
a vida é seu troféu.
O inferno traz cativo
e a todos abre o céu.

Jesus, Pascal Cordeiro,
em vós se alegra o povo,
que, livre pela graça,
em vós nasceu de novo.

A glória seja ao Cristo
da morte vencedor.
Ao Pai e ao Santo Espírito
o nosso igual louvor.

Salmodia
Ant. 1 Maria Madalena coma outra Maria
foram ver a sepultura do Senhor. Aleluia.
Salmo 109(110),1-5.7

O Messias, Rei e Sacerdote
É preciso que ele reine, até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés (1Cor 15,
25).


1 Palavra do Senhor ao meu Senhor: *
'Assenta-te ao meu lado direito
– até que eu ponha os inimigos teus *
como escabelo por debaixo de teus pés!'

=2 O Senhor estenderá desde Sião †
vosso cetro de poder, pois Ele diz: *
'Domina com vigor teus inimigos;

=3 tu és príncipe desde o dia em que nasceste; †
na glória e esplendor da santidade, *
como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!'

=4 Jurou o Senhor e manterá sua palavra: †
'Tu és sacerdote eternamente, *
segundo a ordem do rei Melquisedec!'

5 À vossa destra está o Senhor, Ele vos diz: *
'No dia da ira esmagarás os reis da terra!
7 Beberás água corrente no caminho, *
por isso seguirás de fronte erguida!'

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Ant. Maria Madalena coma outra Maria
foram ver a sepultura do Senhor. Aleluia.

Ant. 2 Vinde ver o lugar onde estava o Senhor
no sepulcro, aleluia.


Salmo 113 A(114)

Israel liberta-se do Egito
Sabei que também vós, que renunciastes a este mundo, saístes do Egito (Sto. Agostinho).

1 Quando o povo de Israel saiu do Egito, *
e os filhos de Jacó, de um povo estranho,
2 Judá tornou-se o templo do Senhor, *
e Israel se transformou em seu domínio.

3 O mar, à vista disso, pôs-se em fuga, *
e as águas do Jordão retrocederam;
4 as montanhas deram pulos como ovelhas, *
e as colinas, parecendo cordeirinhos.

5 Ó mar, o que tens tu, para fugir? *
E tu, Jordão, por que recuas deste modo?
6 Por que dais pulos como ovelhas, ó montanhas? *
E vós, colinas, parecendo cordeirinhos?

7 Treme, ó terra, ante a face do Senhor, *
ante a face do Senhor Deus de Jacó!
8 O rochedo ele mudou em grande lago, *
e da pedra fez brotar águas correntes!
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.

Ant. Vinde ver o lugar onde estava o Senhor
no sepulcro, aleluia.

Ant. 3 Diz o Senhor: Não tenhais medo!
Anunciai a meus irmãos que à Galiléia se dirijam;
lá todos vós me encontrareis. Aleluia.


No cântico seguinte dizem-se os Aleluias entre parênteses somente quando se canta; na recitação, basta dizer o
Aleluia no começo e no fim das estrofes.

Cântico Cf. Ap 19,1-2.5-7

As núpcias do Cordeiro

= Aleluia, (Aleluia!).
1 Ao nosso Deus a salvação, *
honra, glória e poder! (Aleluia!).
2 Pois são verdade e justiça *
os juízos do Senhor.

R. Aleluia, (Aleluia!).

= Aleluia, (Aleluia!).
5 Celebrai o nosso Deus, *
servidores do Senhor! (Aleluia!).
– E vós todos que o temeis, *
vós os grandes e os pequenos!

R. Aleluia, (Aleluia!).

= Aleluia, (Aleluia!).
6 De seu reino tomou posse *
nosso Deus onipotente! (Aleluia!).
7 Exultemos de alegria,*
demos glória ao nosso Deus!

R. Aleluia, (Aleluia!).

= Aleluia, (Aleluia!).
Eis que as núpcias do Cordeiro *
redivivo se aproximam! (Aleluia!).
– Sua Esposa se enfeitou, *
se vestiu de linho puro.

R. Aleluia, (Aleluia!).
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
 
Ant. Diz o Senhor: Não tenhais medo!
Anunciai a meus irmãos que à Galiléia se dirijam;
lá todos vós me encontrareis. Aleluia.

Leitura breve Hb 10,12-14
Cristo, depois de ter oferecido um sacrifício único pelos pecados, sentou-se para sempre à
direita de Deus. Não lhe resta mais senão esperar até que seus inimigos sejam postos
debaixo de seus pés. De fato, com esta única oferenda, levou à perfeição definitiva os que
ele santifica.

Em lugar do responsório se diz:
Ant. Este é o dia que o Senhor fez para nós;
alegremo-nos e nele exultemos. Aleluia.
Cântico evangélico (MAGNIFICAT) Lc1,46-55
Ant. Na tarde da Páscoa, a portas fechadas,
Jesus aparece no meio dos seus, reunidos com medo,
e lhes diz: Paz a vós! Aleluia.
A alegria da alma no Senhor
46 A minha alma engrandece ao Senhor * 47 e se alegrou o meu espírito em Deus, meu Salvador;
48 pois ele viu a pequenez de sua serva, *
desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita.

49 O Poderoso fez por mim maravilhas *
e Santo é o seu nome!
50 Seu amor, de geração em geração, *
chega a todos que o respeitam;

51 demonstrou o poder de seu braço, *
dispersou os orgulhosos;
52 derrubou os poderosos de seus tronos *
e os humildes exaltou;
53 De bens saciou os famintos, *
e despediu, sem nada, os ricos.
54 Acolheu Israel, seu servidor, *
fiel ao seu amor,

55 como havia prometido aos nossos pais, *
em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre.

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleuia.
Ant. Na tarde da Páscoa, a portas fechadas,
Jesus aparece no meio dos seus, reunidos com medo,
e lhes diz: Paz a vós! Aleluia.

Preces
Oremos com alegria a Cristo nosso Senhor, que morreu, ressuscitou e agora, sem cessar,
intercede por nós junto do Pai. Digamos cheios de confiança:

R. Cristo, rei vitorioso, ouvi a nossa oração!

Cristo, luz e salvação de todos os povos,
derramai sobre nós, que proclamamos a vossa ressurreição, o fogo do vosso Espírito. R.
Que Israel, permanecendo fiel às promessas, caminhe firme na esperança,
e toda a terra se encha do conhecimento de vossa glória. R.
Conservai-nos, Senhor, na comunhão dos vossos santos durante a nossa vida sobre a terra,
e dai-nos a graça de podermos, um dia, descansar com eles dos nossos trabalhos. R.
Vós, que triunfastes admiravelmente sobre o poder do pecado e da morte,
fazei-nos viver sempre para vós, vencedor imortal. R.

(intenções livres)
Cristo Salvador, que da humilhação na cruz fostes exaltado à direita do Pai,
acolhei com bondade em vosso reino glorioso os nossos irmãos e irmãs que partiram
desta vida. R.
Pai nosso.

Oração
Ó Deus, por vosso Filho Unigênito, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da
eternidade. Concedei que, celebrando a ressurreição do Senhor, renovados pelo vosso
Espírito, ressuscitemos na luz da vida nova. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
O Senhor nos abençoe,
nos livre de todo o mal
e nos conduza à vida eterna. Amém.

Na despedida se diz:
Ide em paz e o Senhor vos acompanhe. Aleluia, aleluia.
R. Graças a Deus. Aleluia, aleluia.

Aqui termina o Tríduo pascal

sábado, abril 07, 2012

FELIZ E SANTA PÁSCOA A TODOS!

"JESUS CRISTO ONTEM, HOJE E SEMPRE"!

O SENHOR JESUS VENCEU O PECADO E A MORTE, NOS LIBERTOU E SALVOU PARA SEMPRE!
QUE CRISTO RESSUSCITADO TRAGA PAZ, AMOR, UNIÃO E FRATERNIDADE NO CORAÇÃO DE CADA SER HUMANO E NO CORAÇÃO DE TODAS AS FAMILIAS. PARA POSSAMOS CONTINUAR LUTANDO POR MAIS VIDA E DIGNIDADE HUMANA.
A TODOS MEU ABRAÇO FRATERNO E MEU DESEJO DE UMA FELIZ E SANTA PÁSCOA!
COM AFETO E ORAÇÕES.
Ir. ANGELA INÊS.

Morte e ressurreição de Cristo à luz do Santo Sudário



(Foto: )
Por Evaldo D´Assumpção*

Em 1978 estive em Turim, durante a exposição do Santo Sudário. Foi um acontecimento excepcional levando-se em conta que, a última exposição havida, fora em 1933. Seus então proprietários, a casa real de Sabóia, não eram muito pródigos em compartilhar com o povo aquela preciosa relíquia que, segundo a tradição é a mortalha que envolveu o corpo de Cristo enquanto esteve no sepulcro.

Desde então venho estudando e acompanhando tudo o que se refere ao linho sagrado e, a cada dia, me convenço mais de sua autenticidade.

Em 1988 uma notícia abalou o mundo dos estudiosos do Sudário: testes feitos com o carbono 14 haviam comprovado a inautenticidade da mortalha: ela seria um pano da Idade Média, uma farsa criada entre os anos de 1260 e 1390. Contudo, aquilo foi apenas uma notícia de impacto. Novos estudos e, especialmente a avaliação da metodologia científica utilizada nesta pesquisa, revelaram erros grosseiros, desacreditando-a totalmente. Hoje, aquela experiência que teve um bocado de má-fé, já não tem qualquer valor científico.

Entre outros, os estudos de Garza-Valdez, evidenciando a presença de fungos no tecido que mudavam totalmente o resultado de uma datação pelo carbono 14.

Obviamente todas as provas acumuladas são circunstanciais, pois para se afirmar a sua autenticidade pela ciência de hoje, a única prova viável seria o confronto de DNA. O que é impossível, uma vez que não existem amostras do DNA de Jesus Cristo para esta comparação. Portanto, temos de nos contentar com o enorme volume de provas indiretas, extremamente convincentes.

Entretanto, é fundamental que se afirme: o Sudário não é uma peça de fé. Em outras palavras, não é por causa do Sudário que se deve acreditar ou não em Jesus Cristo e sua Boa Nova. Ao contrário, é por acreditar em Cristo, que se crê no Sudário. Se algum dia for provado que ele não é a autêntica mortalha, a verdadeira fé jamais será abalada, pois, se genuína, não se prende a relíquias, a milagres ou a quaisquer outros fatos extraordinários. Se assim fosse, não seria fé, mas crendice. E a crendice não resiste a qualquer dúvida, a qualquer decepção com fatos circunstanciais.

Voltemos ao Sudário, partindo da premissa de que é autêntico. É sobejamente conhecido que naquele lençol de 4,36m x 1,10m está impressa, de maneira até hoje não explicada, a imagem de um homem morto, apresentando todos os sinais de torturas cruéis, açoitamento, coroação de espinhos, crucificação e morte. Uma série de eventos que, como veremos, eram utilizados pelos romanos contra os inimigos de César.  E Jesus foi assim considerado, por maquinações e acusações dos Fariseus. Contudo, se muitos foram os crucificados, somente um recebeu a coroa de espinhos: Jesus Cristo. E isso particulariza a mortalha em estudo.

Além destes sinais, outros são extremamente curiosos: as marcas de coágulos sanguíneos visíveis no pano, não apresentam sinais de ruptura, demonstrando que o corpo envolvido por ele não foi removido de dentro dele, mas simplesmente desapareceu. As imagens do corpo não apresentam qualquer distorção de formas, como o achatamento das partes que estavam apoiadas na laje em que fora depositado. É como se, no momento da formação da imagem, o corpo estivesse flutuando um pouco acima do pano. Finalmente, as marcas do corpo não são pintura – e isso já está definitivamente comprovado – porém uma espécie de chamuscado muito leve, porém com fantástica precisão em relação à distância das partes do corpo em relação ao pano. As partes do lençol que estiveram em contato com o dorso do nariz, a testa e as maçãs do rosto, por exemplo, estão mais chamuscadas do que aquelas que estiveram sobre os olhos ou sobre o pescoço, portanto mais distantes destas regiões. Isso sugere um desprendimento de energia luminosa, suficientemente intensa para chamuscar o pano, porém bastante suave para não queima-lo todo.

Tudo isso levou diversos pesquisadores – mesmo aqueles totalmente ateus – a acreditarem que somente a transformação de um corpo material, num corpo não-material (ressurreição) explicaria o seu desaparecimento sem que os tecidos fossem desenrolados, a flutuação, e a irradiação luminosa. Fantasias? Talvez, porém levadas a sério por homens sérios, que dedicam anos de suas vidas estudando o Sudário.

Partindo da suposição de que esta é a autêntica mortalha de Cristo, podemos fazer algumas reflexões em cima desta relíquia que, exatamente por ter tanto a nos contar, nos permitiu condensar estas informações num livro que escrevemos e que se encontra em sua 3a edição: SUDÁRIO DE TURIM – O evangelho para o século XX  (Ed.Loyola, SP - 1980).

A MORTE

A crucificação é uma forma de pena de morte bastante antiga. Foram os persas, em torno do ano 500 AC, os primeiros a utilizá-la largamente. E sua utilização teve um fundamento religioso: adoradores do deus Ahura Mazda,  não queriam que a terra fosse contaminada com sangue do inimigo. Suspendendo-os na cruz, separava-os do solo.

No Antigo Testamento, a crucificação era considerada uma forma maldita, de condenação (Dt 21,23). Os romanos aprenderam sua utilização com os povos púnicos. Mas a crucificação foi vedada aos cidadãos romanos, a partir de um discurso de Cícero, no ano 63AC, passando a ser utilizada somente contra os inimigos de Roma. Na Palestina, centenas de judeus que se rebelaram contra a dominação romana, sofreram a pena da crucificação.

Jesus Cristo, tendo sido apresentado pelos fariseus e pelos sacerdotes como inimigo de Roma, foi condenado à cruz, juntamente com dois outros judeus, esses provavelmente membros do grupo zelota de Barrabás, solto por Pilatos em lugar de Jesus.

Os quatro Evangelhos descrevem bastante detalhadamente o que foi a condenação e crucificação de Jesus Cristo. E o Sudário de Turim reafirma tudo o que se encontra nos Evangelhos.  Nele estão as marcas da coroa de espinhos, do arrancamento de sua barba conforme previu Isaias (Is 50,6), do açoitamento, do carregamento da cruz, da crucificação e morte cruel por asfixia.

Mas, a morte de Cristo teria sido planejada ou desejada por Deus?

Temos a convicção de que não. Deus, sendo pai, amor e perfeição, jamais e em nenhuma circunstância poderia desejar algum mal para as suas criaturas. Menos ainda para o seu próprio Filho! Mesmo argumentando que, o que para nós parece um mal, para Deus não o é. Admitir que Ele enviaria o seu próprio Filho para ser preso, torturado e submetido à  mais ignominiosa das mortes, nos parece uma verdadeira ofensa ao seu perfeito amor.

Para entender tudo isso, façamos algumas reflexões. Ao criar o Universo, e em particular a humanidade, certamente Ele o fez por amor. Por uma imperiosa necessidade de amor. E, para o amado, somente se deseja a felicidade.

Contudo, não há como se criar por amor, sem dar à criatura a plenitude da liberdade. Quem ama verdadeiramente não escraviza nem condiciona. Isso é o livre-arbítrio. E Deus não seria um ser perfeito, se a liberdade que desse fosse limitada ao bom uso. A verdadeira liberdade não pode ser limitada por outrem, mas somente por quem a tem. Daí se tornarem meritórias ou condenáveis, as ações com ela realizadas.  Usando-a indevidamente, o homem rompeu o equilibro da criação e gerou os males que, por sermos interligados, nos atingiram a todos, espalhando-se pelos que nos cercam, destruindo o meio ambiente e  todo o planeta em que vivemos.

Diante disto, Deus, como o próprio Cristo nos conta na parábola do vinhateiro (Lc 20, 9-16), enviou seu filho para nos conduzir de volta aos retos caminhos. Assim como o dono da vinha mandou seu filho para colocar em ordem os débitos existentes e não para ser assassinado pelos arrendatários. Mas, nós homens, como os arrendatários da parábola, achamos melhor matar o filho do dono da vinha, do que ouvir suas palavras e segui-las.

Qual foi a reação de Deus? Se fosse um homem como nós, certamente agiria como  o vinhateiro da parábola: viria com soldados e mataria a todos. Contudo, uma vez mais o amor infinito de Deus se manifesta e ele transforma a nossa violência, em nossa própria redenção. Ao invés da vingança, o perdão.

O genuíno perdão dos homens antecede o seu pedido. Mas, o perdão de Deus, antecede a própria culpa. Afinal, só Ele é perfeito.

Ele transforma a nossa barbárie, no mistério de nossa redenção. O sangue que derramamos  não clama sobre nós, mas nos lava de nossa faltas.

Deus não quis o sofrimento nem a morte de seu Filho, assim como não quer o nosso sofrimento. Contudo, respeita a nossa liberdade, que Ele mesmo nos deu. Ele pode, mas não interfere diretamente em nossas vidas. Ele nos dá os meios e, pelos seus profetas, aponta os caminhos. Mas a liberdade de escolha é nossa e Ele não a violenta nunca. Se o fizesse, que méritos teríamos? Seríamos meros marionetes sem vontade própria. 

Porém, se lhe dermos qualquer oportunidade, Ele transforma nossos sofrimentos e nossa dor em aprendizado, em crescimento, em redenção e crédito para a vida futura onde Ele nos aguarda de braços materno-paternos, constantemente abertos e acolhedores!

A RESSURREIÇÃO

Nos Evangelhos encontramos, da mesma forma como a morte, a ressurreição de Cristo muito bem descrita. Especialmente em Lucas 24 e João 20.

E também no Sudário vamos encontrar, muitos séculos depois, a realidade da ressurreição. Cristo ressuscitou e o Sudário tornou-se testemunha silenciosa, mas ao mesmo tempo tão eloqüente daquele fato transcendental!

Reflitamos um pouco a respeito da Ressurreição.

Pela LÓGICA, Jesus Cristo enquanto homem e como todos nós faremos um dia, experimentou a morte. Açoitado, crucificado e lanceado, seu corpo mortal efetivamente morreu. Não há o que discutir.

Mas a natureza divina de Jesus se contrapunha a esse fato inexorável. Senhor da Vida, Ele não podia permanecer submetido à morte. Sendo verdadeiro homem, morreu. Sendo verdadeiro Deus, ressuscitou. A morte tinha de se colocar submissa a seus pés. Não é dela a última palavra. “A morte foi tragada pela vitória. Morte, onde está a tua vitória? Morte, onde está teu aguilhão?” (1Cor.15,55)

Mas, também pela PEDAGOGIA a ressurreição era de se esperar.

Aqueles eram tempos ditos messiânicos. Os judeus esperavam o Messias anunciado e muitos tiravam partido disso. Outros “messias” haviam aparecido. E logo em seguida, desaparecido. Não sendo verdadeiros, não tiveram consistência.

Lembremo-nos das palavras de Gamaliel no Sinédrio, ao ponderar sobre a perseguição que faziam a Pedro e aos apóstolos: “Israelitas, considerais bem o que ides fazer com estes homens.” Em seguida se referiu aos vários “messias” que apareceram e desapareceram. E concluiu: “Não vos metais com estes homens (os apóstolos), deixa-os ir. Se esta pregação for iniciativa ou obra dos homens, perecerá. Mas, se vem de Deus, não podereis eliminá-la e algum dia talvez constatareis terdes combatido ao próprio Deus.” (At.5,33-39)

A ressurreição distinguia, indiscutivelmente, a condição de verdadeiro Messias, de Jesus Cristo, em contraposição a tantos outros apareceram e pereceram. Mas, como compreender a ressurreição?

Muitos questionam como será a outra vida. Os saduceus, que negavam a ressurreição dos mortos, perguntaram um dia a Jesus como seria após a morte. E Jesus lhes respondeu: “Os que forem considerados dignos, porém, de ter parte na outra vida e na ressurreição dos mortos, não casarão nem se darão em casamento. É que eles já não podem morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, uma vez que já ressuscitaram.” (Lc 20,35-36) E Paulo nos ensina: “Nem o olho viu, e nem o ouvido ouviu, nem jamais penetrou no coração do homem o que Deus preparou para os que o amam.” (1Cor 2, 9)

Portanto, como se pode pretender descrever o que é e como será a outra vida? Basta-nos a esperança de poder gozá-la. Como, saberemos ao chegar lá. E, com certeza, nunca voltaremos para contar como é. Se voltássemos, nossa descrição seria incompreensível.

Sempre que se pretende descrever a realidade ao além, utilizamos metáforas do aquém. Nas crenças onde se afirma a comunicação com os mortos, todas as descrições da outra vida repetem as realidades de nossa vida, aqui e agora. Ou seja, imaginamos estar descrevendo o inefável, enquanto narramos o palpável de nossa realidade. Ninguém jamais conseguiu sair desse círculo vicioso.

E a própria ressurreição de Cristo nos dá pistas para essa compreensão.

Ao sair do sepulcro vazio, Maria Madalena encontra alguém que imagina ser um jardineiro. Conversa com ele e não o reconhece. Seus olhos e ouvidos, órgãos de sentido para que está no espaço-tempo, não são capazes de captar o que pressente. Quando aquela pessoa lhe toca o coração, chamando-a pelo nome, imediatamente ela o reconhece. E exclama: “Mestre!”  (Jo 20 11-16)

Dois discípulos caminham pela estrada de Emaús. Alguém se coloca a seu lado e conversa longamente com eles. Mas eles não o reconhecem através de seus olhos e ouvidos. Ao partir o pão - gesto tão significativo para eles - toca-lhes o coração e então eles o “enxergam”. (Lc 24, 13-32).

O Ressuscitado já não impressiona as retinas dos olhos físicos, nem faz vibrar os tímpanos materiais. Somente quando se abrem os olhos e ouvidos do coração, Ele é realmente visto e ouvido.  A realidade da outra vida transcende aos limitados recursos de percepção de nossos sentidos, presos à materialidade do espaço e do tempo. Mas tange com facilidade as cordas de nosso coração, de nossas emoções.

Só o amor abre os olhos e ouvidos do coração, permitindo ver e ouvir os que já partiram dessa vida. Por isso mesmo afirmamos que nossos mortos queridos, depois da morte estão muito mais perto de nós do que quando viviam. Com nosso coração poderemos senti-los, em todos os momentos, bem juntos de nós.

O Santo Sudário é testemunha silenciosa e misteriosa do infinito amor de Deus por nós!

Formação: Ressurreição de Jesus


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Ressurreição de Jesus

Se a ressurreição de Jesus fosse fraude, os judeus a teriam desmentido
A ressurreição de Jesus é um fato histórico inegável. O primeiro acontecimento da manhã do Domingo de Páscoa foi a descoberta do sepulcro vazio (cf. Mc 16, 1-8). Ele foi a base de toda a ação e pregação dos Apóstolos e foi muito bem registrada por eles. São João afirma: “O que vimos, ouvimos e as nossas mãos apalparam isto atestamos” (1 Jo 1,1-2).
Jesus ressuscitado apareceu a Madalena (Jo 20, 19-23); aos discípulos de Emaús (Lc 24,13-25), aos Apóstolos no Cenáculo, com Tomé ausente (Jo 20,19-23); e depois, com Tomé presente (Jo 20,24-29); no Lago de Genezaré (Jo 21,1-24); no Monte na Galiléia (Mt 28,16-20); segundo São Paulo “apareceu a mais de 500 pessoas” (1 Cor 15,6) e a Tiago (1 Cor 15,7).
São Paulo disse: “Porque antes de tudo, ensinei-vos o que eu mesmo tinha aprendido que Cristo morreu pelos nossos pecados [...] e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e foi visto por Cefas, e depois pelos Onze; depois foi visto por mais de quinhentos irmãos duma só vez, dos quais a maioria vive ainda hoje e alguns já adormeceram; depois foi visto por Tiago e, em seguida, por todos os Apóstolos; e, por último, depois de todos foi também visto por mim como por um aborto” (1 Cor 15, 3-8).
“Deus ressuscitou esse Jesus, e disto nós todos somos testemunhas” (At 2, 32), disse São Pedro no dia de Pentecostes. Diz São Pedro no dia de Pentecostes: “Saiba com certeza toda a Casa de Israel: Deus o constituiu Senhor (Kýrios) e Cristo, este Jesus a quem vós crucificastes” (At 2, 36). “Cristo morreu e reviveu para ser o Senhor dos mortos e dos vivos” (Rm 14, 9). No Apocalipse, João arremata: “Eu sou o Primeiro e o Último, o Vivente; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos, e tenho as chaves da Morte e da região dos mortos” (Ap 1, 17s).
A primeira experiência dos Apóstolos com Jesus ressuscitado foi marcante e inesquecível: “Jesus se apresentou no meio dos Apóstolos e disse: “A paz esteja convosco!” Tomados de espanto e temor, imaginavam ver um espírito. Mas ele disse: “Por que estais perturbados e por que surgem tais dúvidas em vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés: sou eu! “Apalpai-me e entendei que um espírito não tem carne nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, como, por causa da alegria, não podiam acreditar ainda e permaneciam surpresos, disse-lhes: “Tendes o que comer?” Apresentaram-lhe um pedaço de peixe assado. Tomou-o então e comeu-o diante deles” (Lc 24, 34ss).
Aos Apóstolos amedrontados, que julgavam ver um fantasma, Jesus pede que o apalpem e verifiquem que tem carne e ossos.
Nada disto foi uma alucinação, nem miragem, nem delírio, nem mentira, e nem fraude dos Apóstolos, pois se tratava de pessoas muitos realistas que, inclusive, duvidaram a princípio da Ressurreição do Mestre. A custo se convenceram. O próprio Cristo teve que falar a Tomé: “Apalpai e vede: os fantasmas não têm carne e osso como me vedes possuir” (Lc 24,39). Os discípulos de Emaús estavam decepcionados porque “nós esperávamos que fosse Ele quem restaurasse Israel” (Lc 24, 21).
Estes depoimentos “de primeira hora”, concebidos e transmitidos pelos discípulos imediatos do Senhor, são argumentos suficientes para dissolver qualquer teoria que quisesse negar a ressurreição corporal de Cristo. Esta fé não surgiu “mais tarde”, como querem alguns, na história das primeiras comunidades cristãs, mas é o resultado da missão de Cristo acompanhada dia a dia pelos Apóstolos.
Os chefes dos judeus tomaram consciência do significado da Ressurreição de Jesus, e, por isso, resolveram dissipá-la: “Deram aos soldados uma vultosa quantia de dinheiro, recomendando: “Dizei que os seus discípulos vieram de noite, enquanto dormíeis, e roubaram o cadáver de Jesus. Se isto chegar aos ouvidos do Governador, nós o convenceremos, e vos deixaremos sem complicação”. Eles tomaram o dinheiro e agiram de acordo com as instruções recebidas. E espalhou-se esta história entre os judeus até o dia de hoje” (Mt 28, 12-15).
E Jesus morreu de verdade, inclusive com o lado perfurado pela lança do soldado. É ridícula a teoria de que Jesus estivesse apenas adormecido na Cruz. Os Apóstolos só podiam acreditar na Ressurreição de Jesus pela evidência dos fatos, pois não estavam predispostos a admiti-la; ao contrário, haviam perdido todo ânimo quando viram o Mestre preso e condenado; também para eles a ressurreição foi um escândalo. Eles não tinham disposições psicológicas para “inventar” a notícia da ressurreição de Jesus ou para forjar tal evento. Eles ainda estavam impregnados das concepções de um messianismo nacionalista e político, e caíram quando viram o Mestre preso e aparentemente fracassado; fugiram para não serem presos eles mesmos (Cf. Mt 26, 31s); Pedro renegou o Senhor (cf. Mt 26, 33-35). O conceito de um Deus morto e ressuscitado na carne humana era totalmente alheio à mentalidade dos judeus.
É de se notar ainda que a pregação dos Apóstolos era severamente controlada pelos judeus, de tal modo que qualquer mentira deles seria imediatamente denunciada pelos membros do Sinédrio. Se a ressurreição de Jesus, pregada pelos Apóstolos não fosse real, se fosse fraude, os judeus a teriam desmentido, mas eles nunca puderam fazer isto.
Os vinte longos séculos do Cristianismo, repletos de êxito e de glória, foram baseados na verdade da Ressurreição de Jesus. Afirmar que o Cristianismo nasceu e cresceu em cima de uma mentira e fraude seria supor um milagre ainda maior do que a própria Ressurreição do Senhor. Será que em nome de uma fantasia, de uma miragem, milhares de fiéis enfrentariam a morte diante da perseguição romana? É claro que não. Será que em nome de um mito, multidões iriam para o deserto para viver uma vida de penitência e oração? O testemunho dos Apóstolos sobre a Ressurreição de Jesus era convincente e arrastava. O edifício do Cristianismo requer uma base mais sólida do que a fraude ou a debilidade mental. Assim, é muito mais lógico crer na Ressurreição de Jesus do que explicar a potência do Cristianismo por uma fantasia de gente desonesta ou alucinada.
A Ressurreição de Jesus é ponto fundamental da fé cristã, a ponto que São Paulo pode dizer: “Se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação; vazia também é a vossa fé... Se Cristo não ressuscitou, vazia é a vossa fé; ainda estais nos vossos pecados” (1Cor 15, 14.17).
A Ressurreição de Jesus é a base da fé; São Paulo chama Cristo ressuscitado “o Primogênito dentre os mortos” (Cl 1, 18). A Ele, ressuscitado em primeiro lugar, seguir-se-á a ressurreição dos irmãos: “Cada qual na sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, por ocasião da sua segunda vinda; a seguir, haverá o fim” (1Cor 15, 23s).

quinta-feira, abril 05, 2012

Quinta-feira Santa - - Eucaristia: Sacramento do amor

Quinta-feira Santa - - Eucaristia: Sacramento do amor
Por: Dom Eduardo Koaik
Bispo Emérito de Piracicaba
 

 
A celebração da Semana Santa encontra seu ápice no Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-feira Santa, a sexta-feira da paixão e morte do Senhor e a solene Vigília Pascal, no sábado à noite. Esses três dias formam uma grande celebração da páscoa memorial da paixão, morte e ressurreição de Jesus.

A liturgia da Quinta-feira Santa nos fala do amor, com a cerimônia do Lava-pés, a proclamação do novo mandamento, a instituição do sacerdócio ministerial e a instituição da Eucaristia, em que Jesus se faz nosso alimento, dando-nos seu corpo e sangue. É a manifestação profunda do seu amor por nós, amor que foi até onde podia ir: "Como Ele amasse os seus amou-os até o fim".


A Eucaristia é o amor maior, que se exprime mediante tríplice exigência: do sacrifício, da presença e da comunhão. O amor exige sacrifício e a Eucaristia significa e realiza o sacrifício da cruz na forma de ceia pascal. Nos sinais do pão e do vinho, Jesus se oferece como Cordeiro imolado que tira o pecado do mundo: "Ele tomou o pão, deu graças, partiu-o e distribuiu a eles dizendo: isto é o meu Corpo que é dado por vós.


Fazei isto em memória de ' mim. E depois de comer, fez o mesmo com o cálice dizendo: Este cálice é a nova aliança em meu sangue, que é derramado por vós" (Lc 22,19-20). Pão dado, sangue derramado pela redenção do mundo. Eis aí o sacrifício como exigência do amor.


O amor, além do sacrifício, exige presença. A Eucaristia é a presença real do Senhor que faz dos sacrários de nossas Igrejas centro da vida e da oração dos fiéis.


A fé cristã vê no sacrário de nossas igrejas a morada do Senhor plantada ao lado da morada dos homens, não os deixando órfãos, fazendo-lhes companhia, partilhando com eles as alegrias e as tristezas da vida, ensinando-lhes o significado da verdadeira solidariedade: "Estarei ao lado de vocês como amigo todos os momentos da vida". Eis a presença, outra exigência do amor.


A Eucaristia, presença real do Amigo no tabernáculo de nossos templos, tem sido fonte da piedade popular como demonstra o hábito da visita ao Santíssimo e da adoração na Hora Santa. Impossível crer nessa presença e não acolhê-la nas situações concretas do dia-a-dia.


Vida eucarística é vida solidária com os pobres e necessitados. Não posso esquecer a corajosa expressão de Madre Teresa de Calcutá que, com a autoridade do seu impressionante testemunho de dedicação aos mais abandonados da sociedade, dizia: "A hora santa diante da Eucaristia deve nos conduzir até a hora santa diante dos pobres. Nossa Eucaristia é incompleta se não levar-nos ao serviço dos pobres por amor."


O amor não só exige sacrifício e presença, mas exige também comunhão. Na intimidade do diálogo da última Ceia, Jesus orou com este sentimento de comunhão com o Pai e com os seus discípulos: "Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti... que eles estejam em nós" (Jo 17,20-21).


Jesus Eucarístico é o caminho que leva a esta comunhão ideal. Comer sua carne e beber seu sangue é identificar-se com Ele no modo de pensar, nos senti mentos e na conduta da vida. Todos que se identificam com Ele passam a ter a mesma identidade entre si: são chamados de irmãos seus e o são de verdade, não pelo sangue, mas pela fé. Eucaristia é vida partilhada com os irmãos. Eis a comunhão como exigência do amor.


Vida eucarística é amar como Jesus amou. Não é simplesmente amar na medida dos homens o que chamamos de filantropia. É amar na medida de Deus o que chamamos de caridade. A caridade nunca enxerga o outro na posição de inferioridade. É a capacidade de sair de si e colocar-se no lugar do outro com sentimento de compaixão, ou seja, de solidariedade com o sofrimento do outro. Caridade é ter com o outro uma relação de semelhança e reconhecer-se no lugar em que o outro se encontra...


Na morte redentora na cruz, Cristo realiza a suprema medida da caridade "dando sua vida" e amando seus inimigos no gesto do perdão: "Pai, perdoai-lhes pois eles não sabem o que fazem." A Eucaristia não deixa ficar esquecido no passado esse gesto, que é a prova maior do amor de Deus por nós. Para isso, deixa-nos o mandamento: "Façam isso em minha memória".


Caridade solidária é o gesto de descer até o necessitado para tirá-lo da sua miséria e trazê-lo de volta a sua dignidade. A Eucaristia é o gesto da caridade solidária de Deus pela humanidade. "Eu sou o Pão da vida que desceu do céu. Quem come deste Pão vencerá a morte e terá vida para sempre".

Quinta-Feira Santa


A Quinta-feira Santa ou Quinta-feira de Endoenças é a quinta-feira imediatamente anterior à Sexta-feira da Paixão, da Semana Santa.

Este dia marca o fim da Quaresma e o inicio do Tríduo pascal na celebração que relembra a ultima ceia de Jesus Cristo com os doze Apóstolos.

Liturgia da Quinta-Feira de Endoenças

Os ofícios da Semana Santa chegam à sua máxima relevância litúrgica na Quinta-Feira de Endoenças, quando começa o chamado tríduo pascal, culminante na vigília que celebra, na noite do Sábado de Aleluia, a ressurreição de Jesus Cristo ao Domingo.
Na Missa dos Santos Óleos ou Missa do Crisma, a Igreja celebra a instituição do Sacramento da Ordem e a bênção dos santos óleos usados nos sacramentos do Batismo, do Crisma e da Unção dos Enfermos, e os sacerdotes renovam as suas promessas. De entre os ofícios do dia, adquire especial relevância simbólica o lava-pés, realizado pelo sacerdote em memória do gesto de Cristo para com os seus apóstolos antes da última ceia.

História

Na Quinta-Feira de Endoenças, Cristo ceou com seus apóstolos, seguindo a tradição judaica do Sêder de Pessach, já que segundo esta deveria cear-se um cordeiro puro; com o seu sangue, deveria ser marcada a porta em sinal de purificação; caso contrário, o anjo exterminador entraria na casa e mataria o primogênito dessa família (décima praga), segundo o relatado no livro do Êxodo. Nesse livro, pode ler-se que não houve uma única família de egípcios na qual não tenha morrido o primogênito, pelo que o faraó permitiu que os judeus abandonassem do Egito, e eles correram o mais rápido possível à sua liberdade; o faraó rapidamente se arrependeu de tê-los deixado sair, e mandou o seu exército em perseguição dos judeus, mas Deus não permitiu e, depois de os judeus terem passado o Mar Vermelho, fechou o canal que tinha criado, afogando os egípcios. Para os católicos, o cordeiro pascoal de então passou a ser o próprio Cristo, entregue em sacrifício pelos pecados da humanidade e dado como alimento por meio da hóstia.

Oração das Vésperas - Liturgia das Horas

TRÍDUO PASCAL
DA PAIXÃO E RESSURREIÇÃO DO SENHOR

QUINTA-FEIRA, NA CEIA DO SENHOR

Vésperas
Hoje rezam as Vésperas somente os que não participam da Missa vespertina da Ceia do Senhor.
Hino
Memória da morte
de Cristo Senhor,
Pão vivo, que ao homem
dá vida e valor,
fazei-me viver
de vossa ternura,
sentindo nos lábios
a vossa doçura.

Fiel pelicano,
Jesus, meu Senhor,
lavai-me no sangue,
a mim pecador;
pois dele uma gota
já salva e redime
a todo o Universo
dos laços do crime.

Enfim, contemplando
na glória dos céus
o vosso semblante,
sem sombras nem véus,
irei bendizer-vos,
Jesus, Sumo Bem,
ao Pai e ao Espírito
nos séculos. Amém.

Salmodia

Ant. 1 O Primogênito dos mortos e Rei dos reis da terra,
fez de nós para o seu Pai um reino e sacerdócio.

Salmo 71(72)
O poder régio do Messias Abriram seus cofres e ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra (Mt 2,11).

I 1 Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, *
vossa justiça ao descendente da realeza!
–2 Com justiça ele governe o vosso povo, *
com eqüidade ele julgue os vossos pobres.

3 Das montanhas venha a paz a todo o povo, *
e desça das colinas a justiça!
=4 Este Rei defenderá os que são pobres, †
os filhos dos humildes salvará, *
e por terra abaterá os opressores!

5 Tanto tempo quanto o sol há de viver, *
quanto a lua através das gerações!
6 Virá do alto, como o orvalho sobre a relva, *
como a chuva que irriga toda a terra.

7 Nos seus dias a justiça florirá *
e grande paz, até que a lua perca o brilho!
8 De mar a mar estenderá o seu domínio, *
e desde o rio até os confins de toda a terra!

9 Seus inimigos vão curvar-se diante dele, *
vão lamber o pó da terra os seus rivais.
10 Os reis de Társis e das ilhas hão de vir *
e oferecer-lhes seus presentes e seus dons;

– e também os reis de Seba e de Sabá *
hão de trazer-lhe oferendas e tributos.
11 Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, *
e todas as nações hão de servi-lo.

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. O Primogênito dos mortos e Rei dos reis da terra,
fez de nós para o seu Pai um reino e sacerdócio.

Ant. 2 O Senhor libertará o infeliz do prepotente,
e o pobre salvará ao qual ninguém quer ajudar.

II
12 Libertará o indigente que suplica, *
e o pobre ao qual ninguém quer ajudar.
13 Terá pena do indigente e do infeliz, *
e a vida dos humildes salvará.

14 Há de livrá-los da violência e opressão, *
pois vale muito o sangue deles a seus olhos!
=15 Que ele viva e tenha o ouro de Sabá! †
Hão de rezar também por ele sem cessar, *
bendizê-lo e honrá-lo cada dia.

16 Haverá grande fartura sobre a terra, *
até mesmo no mais alto das montanhas;
– as colheitas florirão como no Líbano, *
tão abundantes como a erva pelos campos!

17 Seja bendito o seu nome para sempre! *
E que dure como o sol sua memória!
– Todos os povos serão nele abençoados, *
todas as gentes cantarão o seu louvor!

18 Bendito seja o Senhor Deus de Israel, *
porque só ele realiza maravilhas!
19 Bendito seja o seu nome glorioso! *
Bendito seja eternamente! Amém, amém!

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. O Senhor libertará o infeliz do prepotente,
e o pobre salvará ao qual ninguém quer ajudar.

Ant. 3 Triunfaram pelo sangue do Cordeiro
e o testemunho que eles deram da Palavra.

Cântico Ap 11,17-18; 12,10b-12a
O julgamento de Deus
11,17 Graças vos damos, Senhor Deus onipotente, *
a Vós que sois, a Vós que éreis e sereis,
– porque assumistes o poder que vos pertence, *
e enfim tomastes posse como rei!

(R. Nós vos damos graças, nosso Deus!)

= 18As nações se enfureceram revoltadas, †
mas chegou a vossa ira contra elas *
e o tempo de julgar vivos e mortos,
= e de dar a recompensa aos vossos servos, †
aos profetas e aos que temem vosso nome, *
aos santos, aos pequenos e aos grandes. (R.)

=12,10 Chegou agora a salvação e o poder †
a realeza do Senhor e nosso Deus, *
e o domínio de seu Cristo, seu Ungido.
– Pois foi expulso o delator que acusava *
nossos irmãos, dia e noite, junto a Deus. (R.)
= 11 Mas o venceram pelo sangue do Cordeiro †
e o testemunho que eles deram da Palavra, *
pois desprezaram sua vida até à morte.
12 Por isso, ó céus, cantai alegres e exultai *
e vós todos os que neles habitais! (R.)

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. (R.)

Ant. Triunfaram pelo sangue do Cordeiro
e o testemunho que eles deram da Palavra.

Leitura breve Hb 13,12-15
Jesus sofreu do lado de fora da porta, para santificar o povo pelo seu próprio sangue. Vamos,
portanto, sair ao seu encontro, fora do acampamento, carregando a sua humilhação. Porque não
temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura daquela que está para vir. Por meio de
Jesus, ofereçamos a Deus um perene sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que celebram
o seu nome.

Em lugar do responsório se diz:
Ant. Jesus Cristo se humilhou e se fez obediente,
obediente até à morte.

Cântico evangélico (MAGNIFICAT) Lc 1,46-55
Ant. Na ceia derradeira, Jesus tomou o pão,
deu graças e o partiu e o deu a seus discípulos.

A alegria da alma no Senhor

46 A minha alma engrandece ao Senhor *
47 e exulta meu espírito em Deus, meu Salvador;
48 porque olhou para humildade de sua serva, *
doravante as gerações hão de chamar-me de bendita.

49 O Poderoso fez em mim maravilhas *
e Santo é o seu nome!
50 Seu amor para sempre se estende *
sobre aqueles que o temem;

51 manifestou o poder de seu braço, *
dispersou os soberbos;
52 derrubou os poderosos de seus tronos *
e elevou os humildes;

53 saciou de bens os famintos, *
despediu os ricos sem nada.
54 Acolheu Israel, seu servidor, *
fiel ao seu amor,

55 como havia prometido a nossos pais, *
em favor de Abraão e de seus filhos, para sempre.

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Na ceia derradeira, Jesus tomou o pão,
deu graças e o partiu e o deu a seus discípulos.

Preces
Adoremos o nosso Salvador, que durante a última Ceia com os seus discípulos, na noite em que
foi entregue, deixou à Igreja o memorial perene de sua Paixão e Ressurreição. Oremos,
dizendo:

R. Santificai, Senhor, o povo que remistes com vosso sangue!
Jesus, nosso Redentor, concedei que, pela penitência, nos associemos cada vez mais plenamente à vossa Paixão,
a fim de alcançarmos a glória da ressurreição.R.
Acolhei-nos sob a proteção de Maria,vossa Mãe, consoladora dos aflitos,
para podermos confortar os tristes como mesmo auxílio que de vós recebemos. R.

Concedei aos vossos fiéis a graça de tomar parte na vossa Paixão por meio dos sofrimentos da vida,
para que também neles se manifeste a vossa salvação. R.
Senhor Jesus, que vos humilhastes na obediência até à morte e morte de cruz,
ensinai-nos a ser obedientes e a sofrer com paciência. R.

(intenções livres)
Tornai os corpos de nossos irmãos e irmãs falecidos semelhantes à imagem do vosso corpo glorioso,
e fazei-nos dignos de participar, um dia, com eles, da vossa glória. R.
Pai nosso.

Oração
Ó Deus, que para a vossa glória e nossa salvação constituístes Jesus Cristo sumo e eterno
sacerdote, concedei ao vosso povo, resgatado por seu Sangue, que, ao celebrar o memorial de
sua Paixão, receba a força redentora de sua cruz e ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Conclusão da Hora

O Senhor nos abençoe,
nos livre de todo o mal
e nos conduza à vida eterna. Amém.

segunda-feira, abril 02, 2012

Confira o comentário ao Evangelho deste domingo elaborado pelo teólogo espanhol José Antônio Pagola.

Deus nos interpela nos inocentes que sofrem



A entrada de Jesus em Jerusalém (Foto: )
(Textos da Liturgia)
Identificado com as vítimas

Nem o poder de Roma nem as autoridades do Templo puderam suportar a novidade de Jesus. Sua forma de entender e de viver Deus era perigosa. Não defendia o império de Tibério; chamava todos a procurar o Reino de Deus e sua justiça. Não considerava importante quebrar as leis do sábado nem as tradições religiosas; somente lhe preocupava aliviar as dores das pessoas enfermas e desnutridas da Galileia.
Mas isso não foi perdoado. Ele se identificava demais com as vítimas inocentes do império e com os esquecidos pela religião do templo. Executado sem piedade em uma cruz, nele Deus revela-se a nós sempre identificado com todas as vítimas inocentes da história. Junto ao grito de todos , eles unem-se agora ao grito da dor do mesmo Deus.
Nesse rosto desfigurado do Crucificado revela-se a nós um Deus surpreendente, que quebra nossas imagens convencionais de Deus e põe em questão toda prática religiosa que tente dar culto a Deus, esquecendo o drama de um mundo no qual se segue crucificando aos mais frágeis e indefesos.
Se Deus foi morto identificado com as vítimas, sua crucifixão converte-se num desafio inquietante para os seguidores de Jesus. Não podemos separar Deus do sofrimento dos inocentes. Não podemos adorar o Crucificado e viver dando as costas ao sofrimento de tantos seres humanos destruídos pela fome, guerras e miséria.
Deus continua interpelando-nos desde todos os crucificados do nosso tempo. Não podemos continuar vivendo como expectadores desse sofrimento tão grande, alimentando nossa ingênua ilusão de inocência. Temos que nos manifestar contra essa cultura do esquecimento que permite isolarmos dos crucificados deslocando o sofrimento injusto que há no mundo para uma distância onde desapareça  o clamor, o gemido e o pranto.
Não podemos nos  fechar em nossa sociedade do bem-estar, ignorando essa outra sociedade do mal-estar na qual milhares de pessoas nascem somente para extinguir-se aos poucos anos de uma vida que somente foi morte. Não é humano nem cristão nos instalar na seguridade esquecendo aos que somente conhecem uma vida insegura e continuamente ameaçada.
Quando os cristãos dirigiram seus olhos até o rosto do Crucificado, eles contemplaram o amor imenso de Deus que se entregou até a morte por nossa salvação. Se olharmos mais detidamente, logo descobriremos o rosto de muitos crucificados que, longe ou perto de nós, estão reclamando nosso amor de solidariedade e compaixão.