segunda-feira, outubro 31, 2011

Terço Vocacional

TERÇO VOCACIONAL

O Pré-Seminário é, antes de tudo, esse tempo e lugar especiais onde somos desafiados a questionar-nos sobre qual é a nossa vocação, o nosso caminho pessoal e único de felicidade, o projecto que Deus tem para cada um de nós. Para concretizar este mesmo objectivo queremos, com este terço vocacional, seguir o caminho de Maria, meditando nos diferentes momentos do itinerário vocacional. Deste modo, confiamos a Maria todas as pessoas (sobretudo os jovens), a fim de que experimentem a beleza de uma vida entregue a Deus e ao próximo, e se mostrem disponíveis para responder com um SIM generoso ao Mestre que chama.


 I Mistério | A Busca
 Então Jesus voltou-se para eles e, vendo que o seguiam, perguntou-lhes: «A quem procurais?» Responderam-lhe: «Rabi – que quer dizer Mestre – onde moras?» Ele disse: «Vinde e vede». Foram, pois, e viram onde morava e ficaram com Ele nesse dia. Eram quase quatro horas da tarde. (Jo 1, 38-39) Cada vez mais se vai sentindo que um cristianismo de subsistência e de tradição é insuficiente. Desde tenra idade somos introduzidos neste dinamismo de seguimento de Jesus Cristo pelos sacramentos e pela catequese. Mas, será que O desejamos de verdade? “Onde moras?” é a pergunta que os discípulos André e João colocavam. Ela não é mais do que a expressão de uma mesma busca que todos inquietamente fazemos: “onde está a felicidade?”. Por isso, vale sempre a pena re-colocar esta pergunta: és feliz?


 II Mistério | O Chamamento
 E disse-lhes Jesus: «Vinde comigo, e farei de vós pescadores de homens». Deixando imediatamente as redes, seguiram-no. (Mc 1, 17-18) Os discípulos percebem em Jesus Cristo algo de diferente, algo de autêntico e profundo e, por isso, aceitam deixar imediatamente as redes e segui-Lo. Quantas vezes ficamos agarrados àquilo que deixamos ou ao comodismo da mediocridade? E tu? Já te cruzaste com Cristo pelo caminho? Que tens feito perante o mesmo desafio?


 III Mistério | O Seguimento
 Jesus disse, então, aos discípulos: «Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser savar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la» (Mt 16, 24-25) Rapidamente a resposta afirmativa ao chamamento que nos é feito por Jesus Cristo traz consequências: segui-Lo implica amá-Lo, e amá-Lo implica aprender a imitá-Lo. Assim, como caminho de felicidade (seja como leigos, como ministros ordenados, ou como religiosos) é-nos apresentada a cruz, ou seja descer. Já fizeste a experiência na tua vida de como é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, e é morrendo que se alcança a felicidade?


 IV Mistério | A Missão
 Ide! Envio-vos como cordeiros para o meio de lobos (…) Quando entrardes numa cidade e vos receberem, comei do que vos for servido, curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: «O reino de Deus está próximo de vós». (Cfr. Lc 10, 3-9) Muitas vezes, somos colocados em contextos onde há muito pouca esperança. Porque é que tantas pessoas não conhecem a alegria de saber que o reino de Deus está perto de cada um de nós? Como tem sido o nosso testemunho enquanto cristãos?


 V Mistério | A Fidelidade Radical
 «(…) As raposas têm tocas e os pássaros do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça». (…) «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos. (…) «Quem olha para trás, depois de deitar a mão ao arado não está apto para o Reino de Deus» (Cf. Lc 9, 57-62) Jesus Cristo, sacerdote único e eterno, faz com que nunca se apague em nós a certeza de que só permanecendo em Ti encontramos sentido para a vida. Assim, faz-nos caminhar, escutar e obedecer-Te, na confiança de quem Te sabe presente no mais íntimo de nós mesmos, e perceber, nas mais pequenas coisas, o quanto nos amas loucamente.


 Consagração a Nossa Senhora 
 Ó Senhora minha, ó minha Mãe, eu me ofereço todo(a) a vós, e em prova da minha devoção para convosco, vos consagro neste dia e para sempre, os meus olhos, os meus ouvidos, a minha boca, o meu coração e inteiramente todo o meu ser. E porque assim sou vosso(a), ó incomparável Mãe, guardai-me e defendei-me como coisa e propriedade vossa. Lembrai-vos que vos pertenço, terna Mãe, Senhora nossa. Ah, guardai-me e defendei-me como coisa própria vossa.

terça-feira, outubro 18, 2011

Por que falamos que a fé é um pulo no escuro?

Esta explicação da fé como um salto no escuro não corresponde ao ensinamento da Sagrada Escritura. Fé é um salto sim, mas um salto no seguro. São Paulo diz: “Sei em quem acreditei”. O seguro não significa absoluta clareza, pois a fé está ligada à esperança, uma vez que a carta aos Hebreus confirma: “fé é o modo de já possuir o que se espera, a convicção acerca de realidade que não se vêem” (Heb 1,1).

A própria carta aos Hebreus no capítulo 11 diz-nos que esta fé foi a vida e o caminho dos patriarcas e, assim, é o nosso caminho. Ela tem as características de ser estímulo a caminhar, de ser meta a se atingir e meio de viver. “Sem ela é impossível ser agradável a Deus, pois aquele que se aproxima de Deus deve crer que Ele existe e que recompensa os que o procuram. Foi nela que Abel ofereceu os frutos foi morto e nela seu sangue ainda fala. Por ela Abraão partiu para uma terra, sem saber para onde ia. Sara teve um filho na sua velhice. Nesta fé Abraão oferece seu filho Isaac em sacrifício. Nesta fé Moisés foi oculto pelos pais para não ser morto. Por ela Moisés tira o povo do Egito e resiste como se visse o invisível. Foi por ela que os líderes do povo, perseguidos, lutando pela libertação, levaram vida errante vestidos de peles, oprimidos e maltratados. Eles, de quem a terra não era digna, vagavam pelos desertos e pelas montanhas, pelas grutas e cavernas da terra”.

A fé, mesmo na maior escuridão a fé é visível e dá a direção e segurança no caminho, mesmo doloroso. Nesta caminhada ela se torna uma obra concreta. São Tiago diz que a fé tem que ser acompanhada das obras. Não basta dizer sou católico ou crente, se minhas obras não mostram isso. Ela empenha a vida. Só a fé salva, diz Paulo. Tiago explica que fé significa agir pelas obras. Foi por isso que certos grupos tiraram a carta de Tiago da Bíblia. Entenderam que isso significaria dizer: fé na igreja e fora por minha conta, como eu quero. Ela interfere diretamente na vida através do Evangelho de Jesus. Vencer as tentações da fé é difícil, pois a tentação é suave e gostosa. E pelo fato de ser boa e suave, muitos caem quando chega o momento da crise.

Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.