terça-feira, abril 02, 2013

REFLEXÃO


Páscoa: da morte para a vida.
A páscoa é o momento de fortalecimento da fé cristã, momento em que vivemos o mistério da entrega do Filho de Deus, por amor, para remissão dos pecados do mundo. Este é o tempo especial em que abrimos o coração para Deus e sentimos o poder de Sua misericórdia e amor. É a partir deste amor que o plano de salvação é realizado.
O mistério da vida, morte e ressurreição de Cristo devem e precisam ser sentidos por nós, precisamos conscientizar-nos de que este mistério é graça de Deus, dom divino que nos possibilita aproximar-nos do bem. "Mas Deus, que é rico em misericórdia, impulsionado pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos em conseqüência de nossos pecados, deu-nos a vida juntamente com Cristo - é por graça que fostes salvos! -, juntamente com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos céus, com Cristo Jesus. Ele demonstrou assim pelos séculos futuros a imensidão das riquezas de sua graça, pela bondade que tem para conosco, em Jesus Cristo". Efésios 2,4-7.
 Somos convidados a viver, neste tempo pascal, o mistério da Ressurreição, a passagem da morte para a vida. Uma nova vida é necessária, é preciso guardarmos no coração que Jesus reservou-se no deserto por quarenta dias a fim de preparar-se para seu sacrificio. É preciso refletir todo o sofrimento de Jesus no momento em que foi traido, em que sentiu a angústia e o medo, em que optou pela obediência. Precisamos reviver o momento do calvário e da cruz e, em especial, abraçar a ressurreição como via para uma vida nova, como oportunidade de morrer um homem, uma mulher e renascer um cristão.
Que a Páscoa possa fazer renascer em seu coração um sentimento novo, um sentimento de mudança.Que este seja um momento marcante em nossas vidas, seja realmente um divisor de águas e, unidos a Cristo, restauremos e busquemos a salvação. Aleluia, Nosso Senhor ressuscitou e vivo está !

OITAVA DA PÁSCOA

A Oitava de PáscoaEntendendo o tempo de viver a liturgia 

Tempo Pascoal - A Oitava de Páscoa
- Histórico
"Eis o dia que fez o Senhor, nele exultemos e nos alegremos..."

1.- O Mistério Pascal é de tal importância na vida litúrgica da Igreja e na vida e atividade apostólica de todos os redimidos pelo Sangue de Cristo, que a sua celebração se prolonga por 50 dias, número cheio de significado, pois exprime também a plenitude da salvação definitivamente alcançada por Jesus Ressuscitado e por Ele oferecida aos homens.

Estamos, portanto, ainda plenamente dentro do Tempo Pascal. Neste tempo litúrgico, chamado Tempo Pascal, a Igreja faz-nos saborear toda a riqueza de doutrina e de vida, encerrada no Mistério da Redenção.

A partir da Vigília Pascal, até ao Pentecostes, como se todo este tempo fosse "um único grande domingo" (S. Atanásio), a Liturgia revive, "na alegria e na exultação", os diferentes aspectos do único e grande mistério :  - "Cristo ressuscitado, nossa salvação".  

Deste modo, a Páscoa, a Ascensão e o Pentecostes não são acontecimentos distintos, isolados. São três momentos históricos da vida do Ressuscitado, através dos quais se completa e aperfeiçoa o plano divino da Redenção.            

2.- Este caracter unitário do Tempo Pascal é bem sublinhado pela Liturgia, ao chamar aos Domingos que nele ocorrem, "Domingos de Páscoa" e ao recordar, na Missa vespertina da Vigília de Pentecostes, que o Senhor quis "encerrar a celebração da Páscoa no tempo sagrado de cinqüenta dias". Verdadeira Primavera espiritual, este "tempo sagrado é", por excelência, o tempo da alegria cristã.           

Essa alegria, que tem a sua expressão no cântico triunfal do Aleluia, com tanta freqüência repetido neste tempo litúrgico, nasce da certeza de que Jesus Cristo está vivo e presente no meio de nós, como no-lo indica o círio pascal, que continua a iluminar as nossas assembléias, até ao Pentecostes.
        
3.- O Tempo Pascal é também tempo de esperança. Os cinqüenta dias da celebração pascal são uma celebração antecipada dos bens do Céu, "do tempo da alegria, que virá depois, do tempo do repouso, da felicidade e da vida eterna.  Hoje cantamos o Aleluia pelo caminho; amanhã será o Aleluia na prática" (S. Agostinho).
            
Durante o Tempo Pascal, as Leituras do Antigo Testamento são substituídas pelos Atos dos Apóstolos, em que S. Lucas nos narra a origem do novo Povo de Deus, sob a ação de Jesus Ressuscitado, nos transmite a pregação dos Apóstolos e nos descreve a vida da primeira comunidade cristã, assim como a difusão da fé. Comunidade em que Jesus Cristo Ressuscitado vive e age, na Igreja continua-se, na verdade, a História da Salvação. Nela, os anúncios dos profetas estão em vias de realização.

           
Quanto à 2ª Leitura, temos, no Ano A, S. Pedro com a sua 1ª Carta, de profundas características Pascais. A proclamação do Mistério Pascal, feita pelo Chefe da Igreja, nos Atos dos Apóstolos(1ª Leitura), prolonga-se assim na 2ª Leitura. Nos Anos B e C, S. João refere-nos o testemunho daquele que «viu com os seus olhos e tocou com as suas mãos o Verbo da Vida»(1 Jo.1,1).

           
A sua 1ª Carta, em que sobressaem os grandes temas do Discípulo amado a saber, a fé em Jesus, a salvação operada pela sua paixão e a lei da caridade, é lida no An o B. No Ano C, a 2ª Leitura é tirada do misterioso Livro, o Apocalipse, em que S. João, profeticamente, descreve o desenvolvimento triunfal do Povo de Deus, através dos tempos, e a sua vida na glória celeste.

          
Todos os Evangelhos do Tempo Pascal, à excepção de dois, são extraídos igualmente, de S. João. Todas as leituras do Tempo Pascal estão intimamente unidas entre si. Todas falam da fé em Cristo Ressuscitado e da vida da Igreja, reunida pela fé no Senhor Jesus. (Missal Popular).   

O AMOR NÃO SE CONTENTA COM UM OLHAR


Maria, em lágrimas, inclina-se e olha para dentro do túmulo. Ela já tinha, todavia, constatado que o túmulo estava vazio e tinha anunciado o desaparecimento do Senhor. Por que se inclina, então, ainda? Por que quer ver de novo? Porque o amor não se contenta com um único olhar. O amor é uma conquista sempre mais ardente. Ela já O procurou, mas em vão. Obstina-se e acaba por descobrir.
No Cântico dos Cânticos, a Igreja dizia do mesmo Esposo: «No meu leito, de noite, procurei aquele que o meu coração ama. Procurei-o, mas não o encontrei. Vou levantar-me e percorrer a cidade; pelas ruas e pelas praças, vistes aquele que o meu coração ama?» (Ct 3, 1-2). Duas vezes ela exprime a sua decepção: «Procurei-o, mas não o encontrei!» Mas o sucesso vem, por fim, coroar o esforço: «Os guardas encontraram-me, aqueles que fazem ronda pela cidade. Vistes aquele que o meu coração ama? Mal os ultrapassei, encontrei aquele que o meu coração ama. » (Ct 3,3-4)
E nós, quando, nos nossos leitos, procuraremos o Amado? Durante os breves repousos desta vida, quando suspiramos na ausência do nosso Redentor. Nós O procuramos na noite, pois, apesar do nosso espírito já estar desperto para Ele, os nossos olhos só veem a Sua sombra. Mas como não encontramos nela o Amado, levantemo-nos! Percorramos a cidade, ou seja, a assembleia dos eleitos. Procuremos de todo o coração. Procuremos nas ruas e nas praças, ou seja, nas passagens escarpadas da vida ou nos caminhos espaçosos. Abramos os olhos, procuremos aí os passos do nosso Amado.
Esse desejo fez Davi dizer: «A minha alma tem sede do Deus da vida. Quando irei ver a face de Deus? Sem descanso, procurai a Sua face» (Sl 42,3).
Lembro a você que “ver o Senhor é ver nosso próprio destino”. Nós fomos criados para a eternidade, na vida em comunhão com Deus. Chore! Grite! Apresente a Jesus sua tristeza e necessidade. Pois Ele lhe responderá chamando o seu nome, como chamou a Maria. E dirá: “Por que choras? Eu estava morto, mas agora vivo para sempre e tenho as chaves de tudo nas mãos. Posso abrir e fechar. Peça o que quiser e Eu lhe darei o que pedir”.
Padre Bantu Mendonça

EVANGELHO: Jo 20, 11-18


Terça-Feira, 2 de Abril de 2013
Oitava da Páscoa

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.
13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: ”Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”.
16Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabuni” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.