sexta-feira, maio 04, 2012

Símbolos da JMJ à caminho de Brasília


Brasília, 04 mai (SIR/GP) - Os símbolos da Jornada Mundial da Juventude já estão próximos da capital brasileira. Nos dias 12 e 13 de maio, Brasília acolherá a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora.
O Setor da Juventude contará com o apoio de mais de 600 jovens voluntários de todo o Distrito Federal. Brasília se unirá ao seleto grupo constituído por mais de 100 dioceses brasileiras que receberam a visita dos símbolos da JMJ.
A Cruz e o Ícone de Nossa Senhora chegarão no dia 12 em caravana da cidade de Porangatu (Goiás) até Brazlândia, uma das cidades satélites de Brasília, onde serão acolhidos pelo Santuário Menino Jesus de Praga. A esplanada dos ministérios, o seminário Nossa Senhora de Fátima e a Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, serão alguns dos principais locais por onde peregrinarão os símbolos da JMJ.

NOTICIA: CNBB quer revitalizar Concílio Vaticano II

Por José Maria Mayrink


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) decidiu, em sua última assembleia geral, reunida em Aparecida na segunda quinzena de abril, aproveitar a comemoração dos 50 anos do Concílio Vaticano II para revitalizar as reformas que, sob a liderança dos papas João XXIII e Paulo VI, revolucionaram a vida da Igreja no século 20.

Em vez de apoiar a proposta de convocação de um novo concílio, o Vaticano III, objeto de uma petição com mais de 10 mil assinaturas, enviada a João Paulo II em 2002, os bispos preferem refletir sobre os documentos do Vaticano II, para refletir sobre seus valores, corrigir eventuais exageros e adaptar a legislação da Igreja às circunstâncias e exigências do mundo de hoje.

“Não é o caso de reunir um novo concílio, mas sim de retomar e viver em profundidade o Vaticano II, aquilo que se propôs Bento XVI, que foi teólogo perito do concílio”, disse o cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, coordenador do Grupo de Trabalho para as comemorações do cinquentenário. Reviver o Concílio, observou o cardeal, significa “progredir na determinação na aplicação de suas decisões”, em sintonia com o papa.

O arcebispo da Paraíba, d. Aldo Pagotto, contrário à proposta de um novo concílio, afirma que é necessário voltar à fonte, para valorizar as riquezas do Vaticano II e combater os excessos que surgiram em nome da modernidade, como, por exemplo, a “politização da liturgia”. Questões como o celibato dos padres. a ordenação de mulheres e o acesso dos recasados à participação plena na eucaristia, não justificariam um novo concílio, “porque essas são questões já dirimidas por João Paulo II e Bento XVI e estão fora de discussão”.

Mesmo bispos que assinaram a petição de 2002 - foram 25 no Brasil, entre eles o cardeal d. Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo - descartam a necessidade de um novo concílio nos moldes do Vaticano II. “Receio que um concílio formal agora, na conjuntura atual, leve a posições mais retrógradas”, disse o bispo de Jales (SP), d. Demétrio Valentini. Dez anos atrás, ele aderiu ao movimento internacional Proconsil, que nasceu na Espanha e ganhou milhares de adesões pelo mundo afora.

Tendência. D. Demétrio defende uma posição que coincide com a do Proconcil atualmente - a recuperação da “conciliariedade”, que significa valorização das conferências episcopais. As conferências, argumenta, tornaram-se instrumentos de retransmissão do governo central da Igreja, em vez de serem agentes de adaptação, para darem respostas adequadas às necessidades do mundo. “Isso implicaria em incentivar as dioceses a abrir as portas para a participação dos leigos e particularmente das mulheres”, observou d. Demétrio.

É um campo de ação que, segundo o bispo de Jales, não depende de um concílio formal. “Pode-se ouvir os bispos pela internet, pois a tecnologia abre a possibilidade, para a prática eclesial, de envolver todos os católicos na participação da vida da Igreja”, explicou d. Demétrio. Membro do conselho sinodal do Sínodo da América, que reuniu bispos do continente com o papa em Roma, em 1997, ele propõe que o sínodo - “uma miniatura de concílio” - seja deliberativo, em vez de só oferecer subsídios para o papa.

A coordenadora internacional do Proconcil, Emilia Robles, esclareceu, respondendo ao Estado por e-mail, que o movimento não está pedindo ao papa a convocação de um concílio tradicional. “Não o propomos agora como uma panaceia, mas também não nos assustaremos se ele vier a ocorrer”, afirmou.

Mais que um evento, o Proconcil sugere um processo que supõe a participação de toda a Igreja, o desenvolvimento da conciliaridade ou valorização de espaços como conferências de bispos, sínodos, assembleias e conselhos paroquiais.

Dois bispos brasileiros, hoje eméritos, que assinaram a petição por um novo concílio em 2002, desistiram da ideia, porque o atual episcopado, de perfil conservador e submisso à Cúria Romana, levaria a um retrocesso em relação às conquistas do Vaticano II. Os dois pediram para não serem identificados, “para não magoar os irmãos” que estão na ativa. “Melhor não inventar moda”, comentou o arcebispo emérito de Porto Velho (RO), d. Moacyr Grechi, outro signatário da petição que agora apoia a proposta da CNBB.

A sugestão de convocação de um novo concílio foi feita pela primeira vez pelo cardeal Carlo Maria Martini, então arcebispo de Milão, no sínodo dos bispos europeus, em 1999.