sábado, março 31, 2012

Frente Nacional de Prefeitos e CNBB discutem Campanha da Fraternidade


Brasília, 30 mar (CNBB/SIR) - A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) promoveu na última terça-feira, 27, em Brasília (DF), um café da manhã com representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O encontro teve como objetivo avaliar, com a CNBB, como os prefeitos e prefeitas podem contribuir e se envolver com a 49º Campanha da Fraternidade, que tem como tema “Fraternidade e Saúde Pública”. O café da manhã fez parte da programação da 61ª Reunião Geral da Frente, que é preparatória para o 1º Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, que foi aberto oficialmente no mesmo dia 27, em Brasília.
O prefeito de Vitória (ES) e presidente da FNP, João Coser, que coordenou o encontro, lembrou que o tema da saúde é afeito às demandas da população, que depende dos serviços básicos, e dos municípios, que é onde as pessoas residem. “A FNP trata a pauta da saúde com atenção. Temos o debate da Emenda 29 e do aporte de recursos para os municípios. Todos temos responsabilidades na melhora da saúde pública”, destacou o presidente da FNP.
“O tema da campanha é muito pertinente”, afirmou o diretor presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, que parabenizou a FNP pelo encontro. Segundo o secretário executivo da Campanha da Fraternidade, padre Luiz Carlos Dias, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil entende que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve ser melhorado e consolidado. “A CNBB não traz a solução. Ela traz a proposta de um debate, e o espaço aberto pela FNP é ótimo para isso”, reforçou.
Entre os prefeitos que participaram do café da manhã estavam o vice-presidente para Assuntos da Saúde, de Foz do Iguaçu (PR), Paulo Mac Donald, o prefeito de Cariacica (ES), Helder Salomão, além do Assessor de Política da CNBB, padre Geraldo Martins.

Vaticano: motivações e desafios da Jornada Mundial da Juventude



JMJ na Alemanha (Foto: )
Rocca de Papa, 30 mar (SIR/Ecclesia) – O arcebispo do Rio de Janeiro (Brasil) explicou, esta manhã, no encontro internacional da juventude, que termina neste domingo, em Roma, as motivações, os desafios e as expectativas das próximas Jornadas Mundiais da Juventude.
Além de D. Orani João Tempesta falou também presente o presidente da Comissão Episcopal da Juventude do Brasil, D. Eduardo Pinheiro da Silva e o padre Carlos Sávio, responsável pelo Setor Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. A comitiva portuguesa neste encontro, teve o seu início esta quinta-feira, e é composta por dois momebros do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ), padre Eduardo Novo e Susana Magalhães.
Organizado pelo Conselho Pontifício para os Leigos, organismo da Santa Sé, este encontro é dirigido a todos os responsá veis nacionais das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) e se realiza no Centro ´Mondo Migliore´, em Rocca di Papa, Roma (Itália), refere um comunicado do DNPJ enviado à Agência ECCLESIA. O encontro, com delegados de 98 países, tem como objetivo “a avaliação das JMJ de Madrid 2011 e toda a programação pastoral e logística das JMJ Rio [de janeiro] 2013”.
O DNPJ refere que se trata de "um importante momento de reflexão para os responsáveis", mais de 300, com representantes de 45 comunidades, associações e movimentos juvenis católicos. Este sábado será dedicado à reflexão com o tema: “Formar os jovens: uma missão prioritária da Igreja”, com as intervenções de D. Josef Clemens, secretário do Pontifício Conselho e pelo padre Fábio Attard, conselheiro geral dos Salesianos para a Pastoral Juvenil.
No final, haverá a possibilidade de viver com o Papa, “em ambiente de festa juvenil”, o Dia Mundial da Juventude, a 1 de abril, domingo de Ramos, na P raça de São Pedro, Vaticano. Para os dois representantes nacionais, a “expetativa aumenta a cada dia que passa”, sentindo a responsabilidade de “representar toda a juventude portuguesa” e conseguirem tomar conhecimento para as futuras JMJ, que vão decorrer no Brasil.

A centralidade do ser humano no desenvolvimento sustentável


Roma, Itália, 30 mar (SIR) – “Inserir o bem do ser humano no centro dos interesses no desenvolvimento sustentável é, na realidade, a maneira mais segura para alcançá-lo, bem como para promover a salvaguarda da criação”. 
É o que destacou mons. Ettore Balestreo, subsecretário vaticano para as Relações com os Estados, falando ontem, em Roma, num debate sobe a “Economia verde entre sustentabilidade e solidariedade”, organizado pela Pontifícia Universidade Lateranense, como preparação da próxima Cúpula na ONU sobre o desenvolvimento sustentável (Rio de Janeiro, junho 2012).
Mons. Balestrero pediu que a “redefinição de um novo modelo de desenvolvimento” à qual trabalhará a Cúpula do Rio seja “imbuída e alicerçada sobre aqueles princípios da doutrina social da Igreja que são colunas firmes da efetiva tutela da dignidade humana”, entre as quais estão a “responsabilidade” que requer uma “necessária mudança dos modelos de produção e consumo”, a “promoção” e “partilha do bem comum”, o “acesso aos bens primários”, a “salvaguarda da criação”.
O subsecretário destacou a importância do princípio da subsidiariedade e, com ele, “o papel da família” a ser reconhecida como “célula básica da nossa sociedade humana”. Por fim, a importância da “relação entre desenvolvimento sustentável e desenvolvimento humano integral”.

quinta-feira, março 15, 2012

Nicarágua: Bispos contra a liberalização das drogas

Nicarágua: Bispos contra a liberalização das drogas

Manágua, 14 mar (SIR) – O presidente da Conferência Episcopal da Nicarágua, dom Sócrates René Sándigo, bispo de Juigalpa, manifestou-se contra a liberalização do comércio das drogas na América Central, porque as consequências seriam “ainda piores” para a sociedade.
“A teoria que o consumo vai se restringindo é falsa, Penso que é exatamente o contrário, seria ampliado seu uso, porque é mais fácil encontrar a droga e, por conseguinte, estamos empurrando a pessoa a deteriorar sua saúde”, declarou o bispo durante um programa numa tevê local. “Se a sociedade, liderada pelos Estados, se torna muito flexível, pode-se chegar a um ponto de extrema dissolução que será difícil controlar”, sublinhou.
“Como a droga não paga imposto, serão as próprias instituições governamentais a sofrer por este mercado q ue não paga imposto”, concluiu o presidente dos Bispos da Nicarágua. Os presidentes centro-americanos se encontrarão no próximo dia 24 de março na Guatemala para discutir exatamente a liberalização das drogas.

Uruguai: 2500 cavaleiros desfilam contra o aborto

Montevidéu (Quarta-feira, 14-03-2012, Gaudium Press) No meio da tradicional "Festa da Pátria Gaúcha" que anualmente celebra as tradições folclóricas dos povos criolos do Uruguai, os "gaúchos" (cavaleiros das planícies do cone sul) enviaram uma clara mensagem a favor da vida e contra o aborto.

O "Desfile da Cavalaria Gaúcha", mostrava um cortejo com mais de 2.400 ginetes e 4.000 cavalos, e teve neste ano o lema "Sim a Vida". Uma fita dourada atada ao freio dos animais lembrava essa mensagem. Os habitantes aproveitaram a presença do Presidente do Uruguai José Mujica, na cidade de Tacuarembó e denunciaram que a opinião dos camponeses não é tida em conta nas discussões que atualmente pretendem legalizar a prática do aborto no Uruguai.
As demais atividades culturais da festa adquiriram um marcado tom pró-vida. Uma obra de teatro do grupo "Os Tições de Ansina" representou a gravidez de uma adolescente e incluiu um poema a favor da vida, declamado pelo pai da jovem. Durante a procissão, a Santíssima Virgem dos Trinta e Três Orientais, Padroeira do Uruguai, não foi decorada em sinal de protesto.
Os gaúchos explicaram que ela não aprovaria a discussão de leis que acabariam com a vida de muitos de seus filhos. Ao final do evento, as tradicionais "sociedades gaúchas" entregaram uma carta ao presidente, onde colocam em manifesto sua posição frente ao tema da vida.

quinta-feira, março 08, 2012

Simpósio internacional de teólogas debate as mulheres na Igreja depois do Concilio Vaticano II

Roma, 08 mar (RV/SIR) – Por ocasião do Dia da Mulher, foi anunciada a realização de um simpósio internacional de teólogas, cujo objetivo é debater sobre as mulheres, a Igreja e o Concílio Vaticano II. Conforme os organizadores do evento, “há 50 anos, pela primeira vez na história, as mulheres fizeram o seu ingresso em uma Assembleia de Bispos. Aconteceu durante o Concílio Vaticano II.

Um evento que mudou a Igreja Católica e que deu finalmente a possibilidade de conjugar fé eclesial com sabedoria feminina”. Às mulheres e ao seu relacionamento com o Concílio será dedicado esse simpósio teológico internacional, que será realizado dos dias 04 a 06 de outubro de 2012, organizado pela Coordenação Teólogas Italianas.
O evento, intitulado “Teólogas relêem o Vaticano II”, se desenvolverá no Pontifício Ateneu Santo Anselmo, e contará com a participação de historiadoras e teólogas de todo o mundo. A ideia é promover o encontro ecumênico entre estudiosas e pessoas comprometidas com os diversos âmbitos do saber teológico e da vida eclesial, analisando esses cinquenta anos após o Concílio.

quarta-feira, março 07, 2012

Corte Constitucional inventa nova cláusula para permitir o aborto na Colômbia

Bogotá, 07 mar (SIR) - Numa nova sentença, a Corte Constitucional da Colômbia decidiu que a opinião de uma gestante sobre seu estado de saúde pode justificar um aborto, ampliando sua prática aos nove meses de gestação e nega aos médicos o direito à objeção de consciência ante este procedimento.

Conforme informa a imprensa colombiana, no dia 28 de fevereiro a Corte rejeitou o pedido de nulidade que o Procurador geral da Nação, Alejandro Ordóñez, apresentou contra uma sentença que a mesma Corte deu a fins de 2011 para justificar um aborto fora das três cláusulas aprovadas por este organismo em 2006, quando foi liberalizado o aborto em casos de estupro, má formação do bebê ou perigo para a vida da mãe.
 A Corte Constitucional validou o pedido de aborto que em maio de 2011 foi feito pela mãe de uma menor de 12 anos de idade, grávida de seu namorado de 16 anos, às 14 semanas de gestação. A mãe solicitou o aborto para sua filha em um centro de saúde alegando que a menor atravessava um quadro de ansiedade. Os médicos se negaram a praticar o aborto amparando-se no fato que a gravidez não supunha risco para a vida da gestante, mas agora, depois da sentença da Corte, terão que indenizar a família por não ter feito a prática anti-vida.

Alcances da sentença

A nova sentença dá ao aborto a categoria de "direito fundamental", obrigando qualquer empresa prestadora de saúde católica ou não, a realizar os abortos sem possibilidade de se amparar no direito à objeção de consciência em um prazo máximo de cinco dias; proíbe aos centros de saúde de exigir cópia de uma denúncia penal (Boletim de Ocorrência) à mulher que alegue que a gravidez foi fruto de um delito de estupro.
Obriga também os centros a aceitarem certificados de risco para a saúde ou a vida da mulher vindo de qualquer médico ou hospital fora de sua rede; elimina o limite de tempo para o aborto; proíbe os centros de darem informação sobre um processo ou solicitude de aborto a qualquer um, nem mesmo à a Procuradoria ou ao Ministério Público; e obriga o pagamento de uma indenização às mulheres a quem foi negada a prática de um aborto. A Sala Plena da Corte Constitucional aprovou a sentença com cinco votos dos oito juízes presentes (o nono esteve ausente na ocasião) e proibiu "que no futuro se investiguem possíveis irregularidades nos expedientes de aborto", negando esta faculdade à Procuradoria Geral da Nação.
Os três juízes que se opuseram à sentença Nilson Pinilla Pinilla, Jorge Ignacio Pretel Chaljub e Gabriel Eduardo Mendoza. Estes magistrados consideram que os juízes que apoiaram a sentença cometem um engano jurídico com uma sentença que viola a Constituição colombiana e que na prática, liberaliza totalmente o aborto, deixando em completo desamparo os não-nascidos. Mendoza recordou que no caso da menor "nenhum médico nem nenhum outro profissional da saúde validou, asseverou, sugeriu, nem muito menos certificou que, de algum modo, a vida ou a saúde da gestante, por sua condição de tal, corria um risco se continuava a sua gravidez", por isso a sentença da Corte desconhece o ordenamento legal e constitucional que rege o país e que consider a o aborto como delito fora das três cláusulas já mencionadas.
Por sua parte, Pretel Chaljub considerou que a sentença da Corte "traduz-se em um grave antecedente que abre as portas para converter a Colômbia em um país abortista que dá pouco valor ao direito à vida e que desconhece a autonomia da profissão médica", enquanto "cria uma nova cláusula para proceder a interromper a gravidez, ou seja, a opinião da mãe sobre seu estado de saúde". O magistrado Pinilla coincidiu em que esta sentença estabelece uma quarta hipótese não prevista nas exceções para o aborto legal, "e elevou à categoria de direito fundamental a prática do mesmo, desconhecendo totalmente os direitos do ser humano não nascido".
Em declarações à imprensa, o Secretário Geral da Conferência Episcopal Colombiana, Dom Juan Vicente Córdoba, assinalou que "não tudo que é legal é moral, então porque quando se aprova qualquer lei o ato, em si, se torna moral. Isto não é assim. Neste caso a Igreja não está de acordo com o aborto em nenhum momento e a vida deve ser respeitada desde a concepção até a morte natural". O Prelado defendeu o direito à objeção de consciência dos médicos e disse que ninguém tem direito a obrigar um profissional a realizar um aborto.

Noticias - Religião

Funeral de Lucio Dalla: a Igreja é hipócrita?

A Igreja uma casa acolhedora. Retratá-la como perenemente sombria e "hipócrita", porque somos perenemente vítimas de um complexo de inferioridade muito "de esquerda", é uma tolice, além de uma injustiça lexical e conceitual. Confira a análise do jornalista e político italiano Mario Adinolfi.

Marco Alemanno faz a oração de despedida no funeral de Lucio Dalla. (Foto: Arquivo)
Achei verdadeiramente fora de propósito o artigo desta segunda-feira de Michele Serra elogiando o "véu de hipocrisia rasgado", porque no funeral de Lucio Dalla a Igreja permitiu que o "viúvo" Marco Alemanno expressasse a sua dor publicamente durante as exéquias bolonhesas. Fora de propósito nos tons e nos conteúdos. Fora de propósito porque a Igreja nunca vetou a expressão da dor nos funerais, nunca proclamou editos contra a dor homossexual, nunca foi hipócrita nesse delicado território.

Ao contrário, sempre foi muito clara. Ela repete regras. Foram repetidas também por Mons. Cavina durante o funeral de Dalla, e Serra não deixou de notar e de ridicularizá-lo por isso. As regras são banais, talvez, mas não hipócritas: não pode se aproximar à Eucaristia quem está em pecado mortal, quem vive em "desordem". Portanto, um homossexual que não renuncia a esse comportamento sexual que, para a Igreja, está fora da ordem natural, não pode fazer a comunhão.

Marco Alemanno não pode fazê-la, nem eu não posso fazê-la, por ser divorciado e amar outra pessoa. A mim também a Igreja veta a Eucaristia: é uma regra, eu a aceito, quando vou à missa evito fazer a comunhão. Onde está a hipocrisia da Igreja? É de uma clareza que quase dá medo, repete as suas regras mesmo diante de 50 mil pessoas que acorreram a um funeral muito pop, veta até que se cantem as canções do falecido.

Quanta beleza há nessas clarezas, caro Serra. Há realmente toda essa necessidade de colocá-la na berlinda? De ridicularizar o gesto amoroso e acolhedor de não vetar o acesso ao altar do companheiro de Lucio Dalla, demonstrando mais uma vez (se ainda fosse necessário) que se é mais caridoso na sua concretude?

A Igreja é um último baluarte. O desafio contínuo que é inventado pela esquerda para tentar manchá-la é enjoativo e até mesmo perdedor. No fim dos jogos, todos nos encontramos aí: não há mais casas do povo e seções do partido. Há uma Igreja, e nos encontramos ali, pela alegria de um batismo, de uma primeira comunhão, de um casamento e pela dor de um último adeus.

Reencontramo-nos todos ali, antes ou depois, porque é a única casa que ficou confiavelmente de pé para muitíssimos, senão para quase todos. É uma casa acolhedora. Retratá-la como perenemente sombria e "hipócrita", porque somos perenemente vítimas de um complexo de inferioridade muito "de esquerda", é uma tolice, além de uma injustiça lexical e conceitual.

Sim, a Igreja tem regras; o clube do Mickey também tem. Se você as respeita, faça a comunhão. Caso contrário, não. Está tudo aí. Depois, há amor e acolhida, concreta, para todos. Para Marco Alemanno e a sua dor, assim como para os últimos da terra.

Chega de ideologismos anticlericais, chega de bandeiras hasteadas para que um asilo de irmãs pague impostos, asilo que corre o risco de fechar por causa dessas pesadas taxas.

Olhemos para a Igreja, particularmente para a Igreja italiana, com o devido respeito. O crescimento da esquerda se alimentará com isso, que, talvez muito lentamente, se libertará do seu complexo de inferioridade.
Jornal Europa, 06-03-2012. Tradução IHU-Unisinos
Mario Adinolfi

Leitura Breve Ez,18,30b-32

Leitura breve Ez 18,30b-32
Arrependei-vos, convertei-vos de todas as vossas transgressões, a fim de não terdes ocasião de
cair em pecado. Afastai-vos de todos os pecados que praticais. Criai para vós um coração novo
e um espírito novo. Por que haveis de morrer, ó casa de Israel? Pois eu não sinto prazer na
morte de ninguém – oráculo do Senhor Deus. Convertei-vos e vivereis!

V. Criai em mim um coração que seja puro.
R. Dai-me de novo um espírito decidido!

terça-feira, março 06, 2012

Ofício das Leituras - terça-feira da segunda semana da Quaresma

Ofício das Leituras



V. Vinde, ó Deus em meu auxílio.
 
R. Socorrei-me sem demora.
 Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
 Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Esta introdução se omite quando o Invitatório precede imediatamente ao Ofício das Leituras.

Hino

Agora é tempo favorável,
divino dom da Providência,
para curar o mundo enfermo
com um remédio, a penitência.

Da salvação refulge o dia,
na luz de Cristo a fulgurar.
O coração, que o mal feriu,
a abstinência vem curar.

Em corpo e alma, a abstinência,
Deus, ajudai-nos a guardar.
Por tal passagem, poderemos
à páscoa eterna, enfim, chegar.

Todo o Universo vos adore,
Tridade Santa, Sumo Bem.
Novos por graça entoaremos
um canto novo a vós. Amém.

Salmodia

Ant. 1 Confia ao Senhor o teu destino;
confia nele e com certeza ele agirá.

Salmo 36(37)

O destino dos maus e dos bons
Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra (Mt 5,5).

I
1 Não te irrites com as obras dos malvados *
nem invejes as pessoas desonestas;
2 eles murcham tão depressa como a grama, *
como a erva verdejante secarão.

3 Confia no Senhor e faze o bem, *
e sobre a terra habitarás em segurança.
4 Coloca no Senhor tua alegria, *
e ele dará o que pedir teu coração.

5 Deixa aos cuidados do Senhor o teu destino; *
confia nele, e com certeza ele agirá.
6 Fará brilhar tua inocência como a luz, *
e o teu direito, como o sol do meio-dia. 

7 Repousa no Senhor e espera nele! *
Não cobices a fortuna desonesta,
– nem invejes quem vai bem na sua vida *
mas oprime os pequeninos e os humildes.

8 Acalma a ira e depõe o teu furor!*
Não te irrites, pois seria um mal a mais!
9 Porque serão exterminados os perversos, *
e os que esperam no Senhor terão a terra.

10 Mais um pouco e já os ímpios não existem; *
se procuras seu lugar, não o acharás.
11 Mas os mansos herdarão a nova terra, *
e nela gozarão de imensa paz.

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Confia ao Senhor o teu destino;
confia nele e com certeza ele agirá.

Ant. 2 Afasta-te do mal e faze o bem,
pois a força do homem justo é o Senhor.

II
12 O pecador arma ciladas contra o justo *
e, ameaçando, range os dentes contra ele;
13 mas o Senhor zomba do ímpio e ri-se dele, *
porque sabe que o seu dia vai chegar.

14 Os ímpios já retesam os seus arcos *
e tiram sua espada da bainha,
– para abater os infelizes e os pequenos *
e matar os que estão no bom caminho;
15 mas sua espada há de ferir seus corações, *
e os seus arcos hão de ser despedaçados.

16 Os poucos bens do homem justo valem mais *
do que a fortuna fabulosa dos iníquos.
17 Pois os braços dos malvados vão quebrar-se, *
mas aos justos é o Senhor que os sustenta. 

18 O Senhor cuida da vida dos honestos, *
e sua herança permanece eternamente.
19 Não serão envergonhados nos maus dias, *
mas nos tempos de penúria, saciados.

20 Mas os ímpios com certeza morrerão, *
perecerão os inimigos do Senhor;
– como as flores das campinas secarão, *
e sumirão como a fumaça pelos ares.

21 O ímpio pede emprestado e não devolve, *
mas o justo é generoso e dá esmola.
22 Os que Deus abençoar, terão a terra; *
os que amaldiçoar, se perderão.

23 É o Senhor quem firma os passos dos mortais *
e dirige o caminhar dos que lhe agradam;
24 mesmo se caem, não irão ficar prostrados, *
pois é o Senhor quem os sustenta pela mão.

=25 Já fui jovem e sou hoje um ancião, †
mas nunca vi um homem justo abandonado, *
nem seus filhos mendigando o próprio pão.
26 Pode sempre emprestar e ter piedade; *
seus descendentes hão de ser abençoados.

27 Afasta-te do mal e faze o bem, *
e terás tua morada para sempre.
28 Porque o Senhor Deus ama a justiça, *
e jamais ele abandona os seus amigos.

– Os malfeitores hão de ser exterminados, *
e a descendência dos malvados destruída;
29 mas os justos herdarão a nova terra *
e nela habitarão eternamente.

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Afasta-te do mal e faze o bem,
pois a força do homem justo é o Senhor.

Ant. 3 Confia em Deus e segue sempre seus caminhos!

III
 –30 O justo tem nos lábios o que é sábio, *
sua língua tem palavras de justiça;
31 traz a Aliança do seu Deus no coração, *
e seus passos não vacilam no caminho.

32 O ímpio fica à espreita do homem justo, *
estudando de que modo o matará;
33 mas o Senhor não o entrega em suas mãos, *
nem o condena quando vai a julgamento.

34 Confia em Deus e segue sempre seus caminhos; *
ele haverá de te exaltar e engrandecer;
– possuirás a nova terra por herança, *
e assistirás à perdição dos malfeitores.

35 Eu vi o ímpio levantar-se com soberba, *
elevar-se como um cedro exuberante;
36 depois passei por lá e já não era, *
procurei o seu lugar e não o achei.

37 Observa bem o homem justo e o honesto: *
quem ama a paz terá bendita descendência.
38 Mas os ímpios serão todos destruídos, *
e a sua descendência exterminada.

39 A salvação dos piedosos vem de Deus; *
ele os protege nos momentos de aflição.
=40 O Senhor lhes dá ajuda e os liberta, †
defende-os e protege-os contra os ímpios, *
e os guarda porque nele confiaram.
 – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Confia em Deus e segue sempre seus caminhos!
V. Eis o tempo de conversão.
R. Eis o dia da salvação.

Primeira leitura
Do Livro do Êxodo 16,1-18.35

O maná no deserto
1Toda a comunidade dos filhos de Israel partiu de Elim e chegou ao deserto de Sin, entre Elim e
o Sinai, no dia quinze do segundo mês da saída do Egito.

2A comunidade dos filhos de Israel pôs-se a murmurar contra Moisés e Aarão, no deserto,
dizendo: 3“Quem dera se tivéssemos morrido pela mão do Senhor no Egito, quando nos
sentávamos junto às panelas de carne e comíamos pão com fartura! Por que nos trouxestes a
este deserto para matar de fome a toda esta gente?”

4O Senhor disse a Moisés: “Eu farei chover para vós o pão do céu. O povo sairá diariamente e
só recolherá a porção de cada dia a fim de que eu o ponha à prova, para ver se anda ou não na
minha lei. 5No sexto dia, quando prepararem o que tiverem trazido, terão o dobro do que
recolherem diariamente”.

6Moisés e Aarão disseram a todos os filhos de Israel:
“Esta tarde, sabereis que foi o Senhor
que vos fez sair da terra do Egito;
7e, pela manhã, vereis a glória do Senhor.
Ele ouviu as vossas murmurações contra o Senhor; porém, quem somos nós, para que
murmureis contra nós?”

8E Moisés continuou:
“O Senhor vos dará esta tarde carne para comerdes,
e pela manhã pão com fartura;
porque ouviu as murmurações que fizestes contra ele. Nós, porém, quem somos? Não é contra
nós a vossa murmuração, mas contra o Senhor”.

9E Moisés disse a Aarão:“Dize a toda a comunidade dos filhos de Israel: ‘Apresentai-vos
diante do Senhor, pois ele ouviu a vossa murmuração’”. 10Enquanto Aarão falava a toda a
comunidade dos filhos de Israel, voltando os olhos para o deserto, eles viram aparecer na
nuvem a glória do Senhor. 11O Senhor falou, então, a Moisés, dizendo: 12“Eu ouvi as
murmurações dos filhos de Israel. Dize-lhes, pois: ‘Ao anoitecer, comereis carne, e pela manhã
vos fartareis de pão. Assim sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus’”.

13Com efeito, à tarde, veio um bando de codornizes e cobriu o acampamento; e, pela manhã,
formou-se uma camada de orvalho ao redor do acampamento.

14Quando se evaporou o orvalho que caíra, apareceu na superfície do deserto uma coisa miúda,
em forma de grãos, fina como a geada sobre a terra. 15Vendo aquilo, os filhos de Israel disseram
entre si: “Que é isto?” Porque não sabiam o que era. Moisés respondeu-lhes:“Isto é o pão que o
Senhor vos deu como alimento. 16Eis a ordem que o Senhor vos deu: Que cada um recolha para
comer a quantia deque necessita, quatro litros e meio por cabeça, e de acordo com o número de
pessoas que moram em cada tenda”. 17Assim fizeram os filhos de Israel, recolhendo uns mais,
outros menos. 18Mas, ao medir depois as quantias, não sobrava a quem tinha recolhido mais,
nem faltava a quem tinha recolhido menos; cada um recolhia quanto podia comer.

35Os filhos de Israel comeram maná durante quarenta anos, até entrarem em terra habitada;
alimentaram-se com esta comida até chegarem às fronteiras de Canaã.

Responsório Cf. Sb 16,20; Jo 6,32b

R. Saciastes vosso povo com manjar digno de anjos
e lhes destes pão do céu,
* Que contém toda delícia e agrada a todo gosto.
V. Não foi Moisés quem deu outrora
aquele pão que vem do céu,
porém, meu Pai é quem vos dá o verdadeiro pão do céu.
* Que contém.

Segunda leitura
Dos Comentários sobre os Salmos, de Santo Agostinho, bispo

(Ps 140,4-6:CCL 40,2028-2029)
(Séc.V)

A paixão de todo o corpo de Cristo
Senhor, eu clamo por vós, socorrei-me sem demora (Sl 140,1). Isto todos nós podemos dizer.
Não sou eu que digo, é o Cristo total que diz. Contudo, estas palavras foram ditas especialmente
em nome do Corpo, porque, quando Cristo estava neste mundo, orou como homem; orou ao Pai
em nome do Corpo; e enquanto orava, gotas de sangue caíram de todo o seu corpo. Assim está
escrito no Evangelho: Jesus rezava com mais insistência e seu suor tornou-se como gotas de
sangue (Lc 22,44). Que significa este derramamento de sangue de todo o seu corpo, senão a
paixão dos mártires de toda a Igreja?

Senhor, eu clamo por vós, socorrei-me sem demora. Quando eu grito, escutai minha voz! (Sl
140,1). Julgavas ter acabado de vez o teu clamor ao dizer: eu clamo por vós. Clamaste, mas não
julgues que já estejas em segurança. Se findou a tribulação, findou também o clamor; mas se a
tribulação da Igreja e do Corpo de Cristo continua até o fim dos tempos, não só devemos dizer:
eu clamo por vós, socorrei-me sem demora; mas: Quando eu grito, escutai minha voz!

 Minha oração suba a vós como incenso, e minhas mãos, como oferta da tarde (Sl 140,2).

Todo cristão sabe que esta expressão continua a ser atribuída à própria Cabeça. Porque, na
verdade, foi ao cair da tarde daquele dia, que o Senhor, voluntariamente, entregou na cruz sua
vida, para retomá-la em seguida. Também aqui estávamos representados. Com efeito, o que
estava suspenso na cruz foi o que ele assumiu da nossa natureza. Como seria possível que o Pai
rejeitasse e abandonasse algum momento seu Filho Unigênito, sendo ambos um só Deus?
Contudo, cravando nossa frágil natureza na cruz, onde o nosso homem velho, como diz o
Apóstolo, foi crucificado com Cristo (Rm 6,6), clamou com a voz da nossa humanidade: Meu
Deus, meu Deus, por que me abandonaste? (Sl 21,2).

Eis, portanto, o verdadeiro sacrifício vespertino: a paixão do Senhor, a cruz do Senhor, a
oblação da vítima salvadora, o holocausto agradável a Deus. Esse sacrifício vespertino, ele o
converteu, por sua ressurreição, em oferenda da manhã. Assim, a oração que se eleva, com toda
pureza, de um coração fiel, é como o incenso que sobe do altar sagrado. Não há aroma mais
agradável a Deus: possam todos os fiéis oferecê-lo ao Senhor.

Por isso, o nosso homem velho – são palavras do Apóstolo – foi crucificado com Cristo, para
que seja destruído o corpo do pecado, de maneira a não mais servirmos ao pecado (Rm 6,6).

Responsório Cf. Gl 2,19.20

R. Estou pregado com Cristo na cruz.
* Eu vivo, porém, já não eu,
mas Cristo é que vive em mim.
V. Vivo agora esta vida na fé no Filho de Deus, Jesus Cristo,
que me amou e, por mim, se entregou. * Eu vivo.

Oração
 

 Guardai, Senhor Deus, a vossa Igreja com a vossa constante proteção, e, como a fraqueza
 humana desfalece sem vosso auxílio, livrai-nos constantemente do mal e conduzi-nos pelos
 caminhos da salvação. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito
 Santo.

Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.

Alemanha: Dom Zollitsch, “uma sociedade sem descanso não é sociedade”

Friburgo, 05 mar (SIR) – Os europeus tem necessidade de “tempo para ouvir e respirar” e de mais descanso dominical: é o que afirmou dom Robert Zollitsch, presidente da Conferência Episcopal Alemã (Dbk) e arcebispo de Friburgo, num comunicado divulgado ontem por ocasião da Jornada europeia em favor do domingo livre do trabalho.

Dom Zollitsch citou o número crescente de pessoas que trabalham nos dias de festa: é uma tendência que “é preciso inverter, para estabilizar o domingo como eixo central da nossa cultura. O domingo deve ser protegido e não só como ‘Dia do Senhor’ no interesse dos cristãos”, porque “é também o tempo da família, dos amigos e dos vizinhos para estarem juntos e, portanto, uma parte importante da nossa cultura, que até agora previa o equilíbrio entre e vida e trabalho”.
Para o arcebisp o, é necessário frear “a tendência à produção e ao consumo 24 horas seguidas”, tendência que muitas vezes comporta uma carga suplementar, sobretudo, para as mulheres. “Uma sociedade sem descanso não é uma sociedade, é contrária à família e à saúde”, concluiu dom Zollitsch, fazendo votos que a Alemanha possa realizar “formas de cooperação criativa que não comportem o trabalho dominical, e talvez mais competitivas a longo prazo”.

110 mil jovens acolhem a Cruz da JMJ Rio/2013 em Fortaleza

Fortaleza, 05 mar (SIR) - Cerca de 110 mil jovens acolheram os símbolos da Jornada Mundial da Juventude em Fortaleza (CE), neste final de semana.

Os participantes acompanharam a chegada da Cruz da Jornada Mundial da Juventude e o ícone de Nossa Senhora e participaram da Celebração Eucarística presidida pelo Arcebispo de Fortaleza, Dom José Antonio, e concelebrada por diversos sacerdotes da arquidiocese.
“A cruz de Jesus nos faz viver de modo novo: com ela aprendemos a servir e não somente a ser servido”, afirmou Dom José Antônio durante sua homilia. Depois da missa, os shows do Bote Fé prosseguiram com Irmã Kelly Patrícia, Missionário Shalom e Banda Dominus.

Irmã Benigna: processo de beatificação terá importante etapa na próxima quarta

Belo Horizonte (MG), 05 mar (SIR) - Uma nova e importante etapa do processo de beatificação da Ir. Benigna, religiosa da Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, vai acontecer na próxima quarta-feira, 8 de março.

O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, preside Celebração Eucarística seguida do traslado dos Restos Mortais da religiosa, que serão levados para o Noviciado Nossa Senhora da Piedade.
Atualmente, muitos fiéis visitam o túmulo da Irmã Benigna, no Cemitério do Bonfim. A partir do próximo dia 8, as homenagens e agradecimentos à religiosa poderão ser feitos no Noviciado, que fica na Av. Ant?nio Francisco Lisboa, 102, bairro Bandeirantes, Belo Horizonte (MG).
A Celebração Eucarística será às 18h, na Igreja Santa Teresinha, com a presença do postulad or da causa dos santos enviado pelo Vaticano, Paolo Vilotta, da Madre Geral da Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade, Ir. Neuza Cota da Silva, e da presidente da Associação dos Amigos de Irmã Benigna (AMAIBEM), Maria do Carmo Mariano. Irmã Benigna Victima de Jesus nasceu em 1907, na cidade de Diamantina (MG). Tornou-se religiosa da Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade e trilhou um caminho marcado pela caridade e generosa acolhida aos mais pobres. Morreu no dia 16 de outubro de 1981.
A abertura de seu processo de beatificação ocorreu no dia 15 de outubro do ano passado, durante Celebração Eucarística que reuniu milhares de fiéis.

Oriente Médio: “Nunca mais violência em nome de Deus”

Berlim, 05 mar (SIR) – “Nunca mais violência em nome de Deus”: é o que afirmaram os participantes do encontro, realizado na Alemanha de 23 a 27 de fevereiro, organizado pelo Fórum ecumênico palestino-israelense do Conselho Mundial das Igrejas (Wcc) em colaboração com a Igreja evangélica alemã (Ekd).

 Quarenta e cinco, entre estudiosos, teólogos e universitários cristãos e hebreus, de 15 Países do mundo, debateram o tema “Violência em nome de Deus?” a partir da análise do livro de Josué, chegando à conclusão que se “considerado ao pé da letra, pode levar a conclusões perigosas”. O texto bíblico que narra aas conquistas da terra de Canaã, a Palestina, pelas doze tribos de Israel, lideradas por Josué, sucessor de Moisés, durante muitos anos foi utilizado para justificar conquistas e abusos e ainda hoje é usado por alguns cristãos e hebreus para justificar as políticas de ocupação de Israel.
 “A Bíblica – afirmam os participantes em sua declaração final – não deve ser utilizada para justificar a opressão ou para favorecer leituras superficiais de fatos contemporâneos, sacralizando o conflito palestino-israelense e ignorando suas dimensões sociais, políticas, economicas e históricas. O nosso apelo é claro: nunca mais a violência em nome de Deus”.

segunda-feira, março 05, 2012

Bispo australiano: Teorias eugênicas como na época do nazismo

Sydney, 04 mar (SIR) – O aborto é homicídio, portanto o chamado “aborto pós-nascimento” é um infanticídio.

É o que sustenta dom Julian Porteous, bispo auxiliar e vicário episcopal para a nova evangelização da Arquidiocese de Sydney, na Austrália, comentado a posição chocante defendida por dois estudiosos italianos de bioética, autores de um ártico com o incrível título «Aborto após o nascimento, por que a criança deveria viver?», publicado no «Journal of Medical Ethics», revista gêmea de uma das mais prestigiosas revistas científicas do mundo, o «British Medical Journal». «Nos Países onde o aborto é permitido – lê-se no artigo – por que não permitir também o infanticídio?
Os recém-nascidos, como os fetos, não tem, de fato, o status moral de uma real pessoa humana». Os dois pesquisadores – dos quais não se diz propositalmente o nome para evitar qualquer forma de publicidade em favor deles, mas que trabalham na Universidade de Melbourne — argumentaram assim suas afirmações: seja o feto como o recém-nascido são só pessoas potenciais, pelo fato que até duas semanas após o nascimento não apresentam nenhum elemento de autoconsciência. Por isso, é a dedução dos dois pesquisadores, é lícito o «aborto pós-nascimento». «Nós afirmamos — escrevem – que a morte de um neonato poderia ser eticamente admissível em todas as circunstâncias em que o é o aborto.
Tais circunstâncias incluem os casos em que o recém-nascido tem o potencial para ter uma vida (pelo menos) aceitável, mas o o bem-estar da família corre risco». E, ancora: «Se os critérios como os custos (sociais, psicológicos, econ?micos) para os potenciais pais são boas razões para praticar o aborto também quando feto é sadio, e o status moral do recém-nascido é o mesmo do feto e se não tem algum valor moral o fato de ser uma pessoa em potencial, as mesmas razões que justificam o aborto também deveria justificar a morte da pessoa quando se encontra no estágio de recém-nascido». Em relação ao limite de tempo no qual, de acordo com esta tese, seria «eticamente lícito» o aborto pós-nascimento, os pesquisadores deixam a questão aos neurologistas e psicólogos, mas no parecer deles «existe a necessidade de algumas semanas para que a criança se torne autoconsciente. A este ponto, de pessoas potencial se torna uma pessoa, e o infanticídio não é mais permitido».
Naturalmente, dom Julian Porteous, contesta o fato que um recém-nascido, assim como um nascituro, possam ser considerados só «pessoas potenciais» ainda não «sujeitas ao direito moral à vida». Também se alguns estudiosos da ética – destaca — «defendem que os recém-nascidos e os nascituros são incapazes de atribuir valor à sua própria existência assim que ser privados desta exis tência não representa para eles uma perda», as modernas tecnologias demonstram o contrário: fotografias tiradas no seio materno mostram nascituros que chupam o dedo, reagem à música, às vozes e até mesmo a seus nomes». «Estamos diante – sublinha ainda o prelado – não diante de uma pessoa potencial, mas a uma pessoa, a um se humano que como tal deve ser protegido. Toda vida humana, e todas as fases desta vida são sagradas».

Inevitáveis, na Austrália e também no Reino Unido, reações à tese defendida no artigo, julgadas «uma aberração», e que representam «os terríveis ecos do terceiro Reich». Bernadette Tobin, diretor do Centre for Ethics no Plunkett St. Vincent & Mater Salute e professor na Universidade católica australiana, uma das mais respeitadas estudiosas de ética no País, defende que os dois pesquisadores não deveriam utilizar eufemismos como «aborto pós-nascimento». Deveriam, sem meios termos, usar a palavra «infanticídio se quiserem convencer as pessoas que não existe alguma diferença entre a morte de um recém-nascido e a interrupção da gravidez».

Para a Tobin, na perspectiva ética — considerando a falta de consciência de um recém-nascido é comparável à de uma pessoa doente ou idosas não capazes de entender, reconhecer e decidir — ampliando isso como fizeram os dois pesquisadores, «poderíamos, então, eliminar todos os idosos incapazes de se locomover, entender, se comunicar, os doentes de Al zheimer em estado avançado. Não era necessário tanto estudo para chegar a essas conclusões aberrantes: as teorias eugênicas foram tristemente elevadas a armas de extermínio». 
ABORTO É CRIME SIM, AMADOS IRMÃOS E IRMÃS, VAMOS LUTAR PELA VIDA, ASSIM COMO DEUS QUER, O ABORTO É HORRENDO, MATAR UM INDEFESO É COVARDIA, É ABOMINAVEL. UM CRISTÃO QUE SE DIZ HOMEM OU MULHER DE DEUS NUNCA DEVERÁ SER AFAVOR DO ABORTO DESTE CRIME ABOMINAVEL E NOGENTO. NOSSO DEUS É O DEUS DA VIDA E NÓS SEUS FILHOS AMADOS DEVEMOS SER SEMPRE AFAVOR DA VIDA E DA DIGNIDADE HUMANA. QUEM AMA NÃO MATA.

Liberdade de religião: aumenta o abismo entre princípios proclamados e aplicação

Genebra, Suíça, 03 mar (SIR/Fides) – “Os ataques terroristas contra cristãos na África, no Oriente Médio e na Ásia aumentaram 309% entre 2003 e 2010. Cerca de 70% da população mundial vive em países com elevadas restrições à crença e à prática religiosa, e as minorias pagam o preço mais alto.

 Em geral, as restrições crescentes quanto às religiões atingem mais de 2,2 bilhões de pessoas”. Estes números foram lembrados Arcebispo Silvano M. Tomasi, Observador Permanente da Santa Sé junto à Agência das Nações Unidas e Instituições especializadas em Genebra, em sua intervenção de anteontem, 01 de março, na 19a sessão do Conselho de Direitos Humanos. O Arcebispo recordou que “a atuação dos direitos humanos é hoje um desafio difícil”, especialmente no que se refere ao direito fundamental e inalienável de toda pessoa à “liberdade de pensamento, de consciência, religião ou crença” e em muitos países, cresce o abismo entre “os princípios enunciados, amplamente aceitos, e sua aplicação cotidiana na prática”.
Por isso, são solicitados à comunidade internacional mais esforços para garantir a proteção das pessoas em seu exercício de liberdade de religião e prática religiosa. “Estes comportamentos – afirmou Dom Tomasi – são absolutamente urgentes, pois a situação em muitos países está piorando e a assinalação destas violações é subestimada”. Em seu pronunciamento, o Observador Permanente da Santa Sé recordou que “a liberdade religiosa não é um direito derivado ou uma concessão, mas um direito fundamental e inalienável da pessoa humana. Uma crença religiosa não deve ser interpretada ou considerada como prejudicial ou ofensiva simplesmente porque é diferente da maioria.
O dever do governo não é definir a religião ou reconhecer seu valor, mas conferir personalidade jurídica à comunidade de fé, a fim de que possa funcionar tranquilamente no âmbito do quadro jurídico”. Dom Tomasi evidenciou ainda “que o problema crítico diante da promoção e proteção dos direitos humanos, no campo da liberdade religiosa, é a intolerância, que causa violência e assassinatos de muitas pessoas inocentes a cada ano somente por causa de suas convicções religiosas”. Ele convidou a “defender a tolerância recíproca e o respeito dos direitos humanos e uma maior igualdade entre os cidadãos de diferentes religiões, para que se realize uma democracia salutar, na qual sejam reconhecidos o papel público da religião e a distinção entre as esferas religiosa e temporal”.
Concluindo seu pronunciamento, o Arcebispo Tomasi reiterou que “uma cultura de tolerância, de aceitação recíproca e de diálogo é urgente”, e para alcançar este objetivo, desempenham papel decisivo o sistema educativo e a mídia, “excluindo o preconceito e o ódio dos livros escolares, jornais e noticiários televisivos, e através da difusão de informações apuradas e autênticas a todos os grupos que formam a sociedade. No entanto, a carência de educação e de informação, que facilita a manipulação das pessoas com objetivos políticos, é quase sempre ligada ao subdesenvolvimento, à pobreza, à falta de acesso à participação efetiva da gestão da sociedade. Uma maior justiça social produz terreno fértil para o aumento de todos os direitos humanos”.

Nigéria: Arcebispo, cristãos devem perdoar, Estado deve agir


Abuja, 29 fev (SIR/Fides) - "O perigo está no ar", disse em 26 de fevereiro Dom John Olorunfemi Onaiyekan, Arcebispo de Abuja, em sua homilia na missa de abertura da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal da Nigéria, em andamento na capital federal nigeriana. Dom Onaiyekan se referia, em particular, aos ataques cometidos pela seita Boko Haram e mensagens de ameaças que continuam se multiplicando no país.
"O que é mais preocupante é que aqueles que cometem essa violência pretendem agir de acordo com uma motivação religiosa e repetidamente afirmaram que matando outras pessoas, estão promovendo o Islã. Continuamos a nos dizer que o objetivo deles é transformar a Nigéria num Estado islâmico, com base em sua visão restrita do Islã. Agradecemos a Deus que a liderança respeitável e respeitada do Islã em toda a nação claramente renegou e rejeitou esses bandos de fanáticos assassinos", destacou o Arcebispo.
Além disso, Dom Onaiyekan recordou as vítimas dos atentados e o grande número de deslocados que fogem por causa da insegurança, advertindo que "existe o sério perigo da desagregação da nossa comunidade", porque as relações de boa vizinhança entre cristãos e muçulmanos estão submetidas a um sério estresse. Dom Onaiyekan acusou os "engenheiros da divisão" que querem dividir em campos opostos os nigerianos.
O Arcebispo convidou os cristãos ao perdão e à conversão do coração, mas ao mesmo tempo chamou as autoridades às suas responsabilidades para deter a violência. Uma visão que é compartilhada pelo Presidente do Senado federal, David Mark, que interveio na Assembleia Plenária dos Bispos, pedindo aos cristãos que perdoem os agressores, mas acrescentou: "Enquanto pedimos aos fiéis católicos que perdoem, as leis do Estado devem ser aplicadas. Não é tarefa d o Estado perdoar. O Estado deve fazer de modo que aqueles que cometem essas atrocidades sejam punidos de modo adequado".

Honduras: Cardeal, "Abandonar cultura da vingança quando se fala de prisões”

Tegucigalpa, 29 fev (SIR/Fides) – O Cardeal-Arcebispo de Tegucigalpa, Oscar Rodriguez Maradiaga, expressou-se sobre a recente tragédia ocorrida no cárcere de Comayagua dizendo que é preciso explicar que os cárceres na América “são verdadeiros infernos” e que “existe todo um sistema que deve ser mudado”.

O Cardeal afirmou que, das informações recebidas até agora, é provável que o incêndio que matou 360 detentos tenha sido causado por um curto circuito elétrico e não por um “ato criminoso”, mesmo que existam suspeitas sobre a preparação de uma "fuga de massa". O Arcebispo, que é também Presidente de Caritas Internationalis, observou também que estes eventos devem servir para aumentar a consciência da sociedade latino-americana sobre o estado de suas prisões e abandonar a "cultura da vingança", que é n ormalmente o modo com o qual são enfrentados os problemas relativos às prisões.
“As prisões do continente latino-americano são verdadeiros infernos, e a coisa mais triste é que os cidadãos não são conscientes disso. Ao contrário, parece que está surgindo uma cultura da vingança: ‘cometeram crimes, devem pagar por eles’” – disse o Cardeal, lamentando que os cárceres em Honduras são velhos, as condições de vida ‘muito precárias’ e infelizmente, “terrivelmente super-lotados”, em grande parte do continente". O Cardeal Rodriguez Maradiaga falou com a imprensa sobre estes temas antes de participar de um ciclo de conferências sobre a situação econ?mica do continente, em andamento nas Ilhas Canárias, a convite da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria.

Noticias - Religião

Presbiterianos: Processar governo sírio por crimes contra humanidade

New York, 29 fev (SIR/Fides) - "Pedimos às Nações Unidas de perseguir o grupo dirigente das forças de governo e do exército de Assad por crimes contra a humanidade": é o apelo lançado pela organização "Presbiterianos pela paz no Oriente Médio" (www.pfmep.org), expressão da Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos, que continua a acompanhar com preocupação a trágica situação na Síria.
Numa nota enviada à Agência Fides, os Presbiterianos – que nas semanas passadas pediram os observadores da Liga Árabe e a demissão do presidente Assad – notam que "o presidente Assad e o exército sírio fizeram uma paródia de todos os sinceros esforços para alcançar uma solução pacífica para a crise; ao invés, empreenderam o caminho dos massacres em larga escala, matando milhares de inocentes".
Apreciando os recentes esforços da administração dos EUA para organizar a assistência humanitária para milhares de vítimas e feridos, a organização apoia a coalizão emergente dos países árabes e não árabes sob a bandeira dos "Amigos da Síria". "Os nossos pensamentos e as nossas orações – prossegue a nota – estão com todas as pessoas corajosas da Síria que tentaram alcançar uma transição pacífica do regime, mas são, ao invés, vítimas de terríveis violências".
A Ong, por fim, aprova o recente relatório da Comissão de investigação independente da ONU sobre a Síria, que encontrou "motivos fundados para considerar que os indivíduos dos mais altos níveis do governo foram responsáveis de crimes contra a humanidade e de outras graves violações dos direitos humanos". A PFMEP, com sede nos EUA, está ligada à Aliança Mundial das Igrejas Reformadas e Presbiterianas, igrejas cristãs nascidas sobretudo da Reforma calvinista.

sábado, março 03, 2012

A crise do estudo e da pesquisa teológica

Começou em Regensburg a Assembleia Geral de Primavera da Conferência Episcopal Alemã. Os bispos irão tratar, dentre outras coisas, da situação das faculdades de teologia.

 A situação não é simples: registra-se uma diminuição no número do estudantes não só entre os candidatos ao presbiterado. Algumas faculdades teológicas custam para reunir um número suficiente de pesquisadores.

A situação da teologia, das faculdades, das jovens levas de estudantes de teologia católica: tudo isso remete a outra coisa. A Igreja na Alemanha – mas não nos iludamos: as coisas não estão tão diferentes em outros países europeus – está vivendo uma mudança muito profunda. Não se trata apenas da escassez de padres, nem do fato de que as paróquias são reunidas em unidades pastorais, de que em alguns lugares há menos celebrações presididas por padres, ou de que casas de ordens religiosas são fechadas – trata-se de muitas outras coisas.

Tanto com relação à fé pessoal do povo, quanto às estruturas e às instituições da Igreja, ao longo dos séculos, havia se mantido um certo nível. Mas que está caindo pouco a pouco. As mudanças que se preanunciam têm consequências sobre todas as áreas imagináveis.

Certamente, isso não se originou simplesmente no Concílio e nas suas decisões, como alguns tradicionalistas ainda querem fazer acreditar. Ao contrário, sem o Concílio, a situação seria ainda mais dramática. A mudança faz parte da cultura humana. Ninguém se senta no painel de controle para fazer girar para trás os ponteiros do desenvolvimento.

"Para trás" é ainda a expressão equivocada. No fundo, deveríamos nos pôr sistematicamente em busca de fé e religião, da Igreja e do catolicismo do mundo de amanhã. Sem que ninguém possa dizer presunçosamente que sabe como as coisas poderão ser. Infelizmente, em geral, faz-se pouco essa busca e, principalmente, de modo muito pouco coordenado.

Será importante a atitude que a Igreja irá assumir com relação ao mundo moderno. Olhar para a cultura contemporânea com olhos carrancudos certamente não seria de grande ajuda.

A força humanizadora de Jesus Cristo

José Antonio Pagola, teólogo espanhol, comenta o Evangelho deste domingo.


A Transfiguração - Bellini (Foto: )
O relato da “transfiguração de Jesus” foi desde o início muito popular entre os Seus seguidores. Não é um episódio a mais. A cena, recreada com diversos recursos de carácter simbólico, é grandiosa. Os evangelistas apresentam Jesus com o rosto resplandecente enquanto conversa com Moisés e Elias. Os três discípulos que o acompanharam até o cume da montanha ficam surpreendidos. Não sabem o que pensar de tudo aquilo. O mistério que envolve Jesus é demasiado grande. Marcos diz que estavam assustados.

A cena culmina de forma estranha: “Formou-se uma nuvem que os cobriu e saiu da nuvem uma voz: Este é o Meu Filho amado. Escutai-O”. O movimento de Jesus nasceu escutando a Sua chamada. A Sua Palavra, recolhida mais tarde em quatro pequenos escritos, foi engendrando novos seguidores. A Igreja vive escutando o Seu Evangelho.

Esta mensagem de Jesus encontra hoje muitos obstáculos para chegar até os homens e mulheres do nosso tempo. Ao abandonar a prática religiosa, muitos deixaram de escutá-Lo para sempre. Já não ouvirão falar de Jesus senão de forma casual ou distraída.

Tampouco quem se aproxima das comunidades cristãs pode apreciar facilmente a Palavra de Jesus. A Sua mensagem se perde entre outras práticas, costumes e doutrinas. É difícil captar a sua importância decisiva. A força libertadora do Seu Evangelho fica por vezes bloqueada pela linguagem e por comentários alheios ao Seu espírito.

No entanto, também hoje, o único decisivo que nós cristãos podemos oferecer à sociedade moderna é a Boa Nova proclamada por Jesus, e o Seu projeto de uma vida mais sã e digna. Não podemos continuar a reter a força humanizadora do Seu Evangelho.

Temos de fazer que corra limpa, viva e abundante pelas nossas comunidades. Que chegue até aos lares, que a possam conhecer quem procura um sentido novo para as suas vidas, que a possam escutar quem vive sem esperança.
Temos de aprender a ler juntos o Evangelho. Familiarizar-nos com os relatos evangélicos. Colocar-nos em contato direto e imediato com a Boa Nova de Jesus. Nisso temos de consumir as energias. Daqui começará a renovação da qual necessita hoje a Igreja.

Quando a instituição eclesiástica vai perdendo o poder de atração que teve durante séculos, temos de descobrir a atração que tem Jesus, o Filho amado de Deus, para aqueles que procuram a verdade e a vida. Dentro de poucos anos, daremos conta de que tudo nos está a empurrar para pôr mais fidelidade a Sua Boa Nova no centro do cristianismo.

Textos da Liturgia - 2°. Domingo da Quaresma

O DOM DO FILHO QUERIDO DE DEUS POR NÓS

1ª leitura: (Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18) Abraão obediente até o sacrifício de seu filho único – Pedindo que Abraão sacrificasse seu Filho, Deus não apenas testou sua obediência, mas colocou em questão todo o futuro de sua descendência. Será que Deus precisa de tais provas para saber se o homem lhe é fiel? Ou será que a fidelidade e a confiança só crescem quando são provadas? Prestes a sacrificar toda segurança, o homem se torna realmente livre; e é assim que Deus o quer, para que seja seu aliado. * Cf. Eclo 44,21[20]; Hb 11,17-19; Tg 2,21-22; Jo 3,16; Rm 8,32.
2ª leitura: (Rm 8,31b-34) Deus não poupou seu único Filho – Quem de fato sacrifica seu filho não é Abraão, mas Deus mesmo: prova de seu amor por nós, que não conseguimos imaginar, mas no qual acreditamos firmemente. * 8,32 cf. Gn 22,16; Rm 5,6-11; 1Jo 4,10; Jo 3,16 * 8,33-34 cf. Is 50,8-9; Hb 7,25.
Evangelho: (Mc 9,2-10) Manifestação de Jesus como filho querido de Deus – A glorificação de Jesus no monte Tabor, diante de seus discípulos, completa a profissão de fé dos discípulos e o anúncio da Paixão, que eles não entenderam. É preciso que tenham diante dos olhos ambas as realidades do mistério de Cristo: a cruz e a glória. A voz da nuvem proclama Jesus messias. Já não se dirige a Jesus, como no batismo (1,11), mas aos discípulos (9,7). Jesus recebe o testemunho de Moisés e Elias, “a Lei e os profetas”. Só depois de sua ressurreição, os discípulos entenderão esta visão. * 9,2-8 cf. Mt 17,1-8; Lc 9,28-36; Ex 24,16-18; Mc 16,5; 2Pd 1,16-18; 2Cor 3,18 * 9,9-10 cf. Mt 17,9-13.

***

Hoje, a liturgia nos concede uma espiadinha no céu: Jesus revela sua glória diante de seus discípulos (evangelho). Devemos situar esta visão no contexto que Mc criou ao conceber a estrutura fundamental dos evangelhos escritos. Na primeira parte de sua atividade, Jesus se dirige às multidões mediante sinais e ensinamentos, que deixam transparecer sua “autoridade” (cf. primeiros domingos do Tempo Comum), mas não dizem nada sobre seu mistério interior. Na segunda metade (a partir de 8,27), Jesus revela – não à multidão, mas aos Doze, futuras testemunhas de sua missão – seu mistério interior: sua missão de Servo Padecente (melhor, Filho do Homem padecente) e sua união com o Pai. O que foi confiado a Jesus pessoalmente, pelo Pai, na hora do Batismo, quando a “voz da nuvem” lhe revelou: “Tu és meu filho amado, no qual está meu agrado” (Mc 1,11), é agora revelado aos discípulos: “Este é meu filho amado; escutai-o”. O mistério do Enviado de Deus não é mais reservado ao próprio Jesus; é comunicado aos que deverão continuar sua missão. E lhes é revelado, embora não entendam (9,10; cf. 8,32-33), ou melhor, porque não entendem, pois aproxima-se o momento em que eles deverão enfrentar o escândalo da cruz. Por isso, por uma frestinha, podem enxergar pedacinho do céu. E gostam: “Façamos aqui três tendas...”, diz Pedro. Porém, “ele não sabia o que estava dizendo” (9,6). Pois Jesus não podia ficar onde estavam. Devia caminhar. Não há glória sem cruz, não há Páscoa sem Semana Santa (cf. 9,12b).
Muitos gostariam de que existisse Páscoa sem Semana Santa. Um Jesus festivo, jovem, simpático, com olhos românticos; ou até com ar de revolucionário, mas não um Jesus esmagado e aniquilado! Mc, porém, e também a liturgia, situam a visão da glória na perspectiva da cruz, no início do caminho que conduz ao Gólgota, logo depois do convite aos discípulos de assumirem sua cruz no seguimento de Jesus (8,34). Aprendemos hoje que não devemos construir as “tendas eternas” antes da hora. Jesus deve caminhar ainda, e nós também. Mas, entretanto, precisamos de uma “pré-visão” de sua glória, para, na noite do sofrimento, enxergar o sentido final, que se revela nestas breves palavras: “Este é meu filho amado...”. Deus quer mostrar-nos que o mistério que nos salva é sua própria doação por nós, na morte de seu Filho. É o que nos explica Paulo, na 2ª leitura: “Não poupou seu próprio filho”. E, para que nos sensibilizemos do que significam estas palavras, a 1ª leitura nos lembra o conflito que explodiu na alma de Abraão, quando Javé lhe exigiu seu querido e único filho em sacrifício. O filho que encarnava a promessa de descendência. O filho em quem estava toda a sua vida. Concretamente: Jesus era o homem que interpretava, ensinava e vivia de modo perfeito a vontade de Deus. Qualquer um de nós diria: “Este homem vale ouro, devemos dar-lhe todas as chances; não o podemos queimar; devemos protegê-lo, promovê-lo”. Deus não. Deus sabe que o coração humano é orgulhoso e só cai em si depois de ter destruído sua própria felicidade. Deus sabe que os homens só se convertem “elevando os olhos para aquele que traspassaram” (Zc 12,10). A sede do poder, a agressividade, só reconhece seu vazio depois de ter esmagado o justo que a ela se opõe. Deus quer pagar este preço para conquistar o coração do ser humano. O Filho que ele envolve com sua glória, e que recebe o testemunho da Lei e dos Profetas (Moisés e Elias), Deus não o poupou, pois era preciso que se realizasse sua oferta de amor até o fim. Eis o risco que Deus quis correr.
Mas não aboliu Deus os sacrifícios humanos desde Abraão, impedindo, no último momento, o sacrifício de Isaac e contentando-se com um carneiro? Deus pôs fim aos sacrifícios em que homens oferecem outros homens. Mas, em seu Filho, ele mesmo quis sofrer, para nos ganhar com seu amor. Ele mesmo quis viver o amor até o fim, porque o Filho era, como se diz em termos humanos, o “amado” – uma parte de si, o único que encarnava plenamente sua vontade salvífica, o único verdadeiramente obediente, completamente dado ao plano do Pai. Nele Deus “se perdeu” a si mesmo em seu amor por nós...
“Escutai-o”. Os ensinamentos de Jesus, que agora seguirão, são os ensinamentos sobre a humildade, o despojamento, o serviço, a doação em prol dos “muitos” (10,45). Só podemos aceitar este ensinamento na confiança de que “ele teve razão” quando deu sua vida por nós. É isto que a liturgia de hoje, antecipadamente, nos deixa entrever.
DEUS DÁ SEU FILHO POR NÓS
No domingo passado vimos como Jesus, tendo assumido no batismo ser Filho e Servo de Deus, se preparou por sua “quaresma” para iniciar sua missão. Hoje, no 2ª domingo da Quaresma, o mesmo Filho é mostrado diante da fase final de sua missão, prestes a subir a Jerusalém, onde enfrentará inimizade mortal (cf. Mc 10,1.32). Já tinha anunciado seu sofrimento aos discípulos, equivocados a seu respeito (Mc 8,31-33). No evangelho de hoje, Pedro, Tiago e João são testemunhas de uma revelação em que vêem Jesus, antecipadamente, envolto na glória de Deus: a Transfiguração. E ouvem a Voz: “Este é meu Filho amado: escutai-o” (Mc 9,2-10). Antes de acompanhar Jesus no sofrimento, os discípulos recebem um sinal da glória de Jesus, para que saibam que o Pai está com ele quando ele vai dar sua vida por todos. Pois não é só Jesus dando a própria vida, é o Pai que dá seu Filho por nós, como diz Paulo na leitura.
É isso também que prefigura a 1ª leitura, que mostra Abraão disposto a sacrificar o próprio filho. Texto “escandaloso”: como pode Deus mandar sacrificar um filho? Expliquemos bem. Naquele tempo havia povos que pensavam que o primogênito, não só do rebanho, mas dos próprios filhos – sobretudo do chefe – devia ser dedicado a Deus mediante um sacrifício humano (assim acreditavam também, na América, os índios astecas etc.). Ora, Isaac era o herdeiro legítimo (filho da mulher legítima), que Abraão em sua velhice recebera de Deus. Tinha poucas chances de ter outro herdeiro. Mesmo assim, estava disposto a dar ouvido à voz da crença que ditava sacrificar o primogênito. Mas Deus não quis – e não quer – sacrifícios humanos. Por isso mandou um animal para substituí-lo.
O gesto magnânimo de Abraão tornou-se imagem da incompreensível magnanimidade de Deus, que dá seu “Filho unigênito” para nós (Jo 3,16). Magnanimidade, de fato, muito mal compreendida. Há quem pense que Deus é um carrasco, que quer que seu Filho pague com seu sangue os pecados dos demais. Mas, muitos séculos antes de Cristo, os profetas negaram tal ideia: cada um é responsável por seu próprio pecado (Ez 18; Jr 31,29 etc.). Deus não é vingativo nem sanguinário, mas antes de tudo rico em misericórdia e fidelidade (Ex 34,6, Sl 115,1 etc.). E é por isso que dispõe de seu Filho, para que este nos mostre a misericórdia e fidelidade de Deus por sua própria prática de vida. Jesus é Filho de Deus na medida em que sua atitude representa o amor fiel de Deus. É precisamente no momento de subir a Jerusalém para enfrentar a inimizade mortal das autoridades que isso se verifica. Jesus poderia ter virado o casaco, desistido de suas bonitas lições sobre o amor fraterno, poderia ter salvo sua pele. Não quis. Quis ser a imagem do amor fiel de Deus. Por isso, quando Jesus dá sua vida por nós, é o Pai que a dá.
Nossa mentalidade egocêntrica, alimentada pela ideologia da competição e do consumo, dificilmente admite que Deus possa ser imaginado como um superlativo de Abraão, como alguém tão generoso que aceita a fidelidade de Jesus até o fim como se fosse o dom de seu único filho e herdeiro. “Este é meu Filho amado”. Nele, Deus se reconhece a si mesmo, reconhece seu próprio modo de agir.
(O Roteiro Homilético é elaborado pelo Pe. Johan Konings SJ – Teólogo, doutor em exegese bíblica, Professor da FAJE. Autor do livro "Liturgia Dominical", Vozes, Petrópolis, 2003. Entre outras obras, coordenou a tradução da "Bíblia Ecumênica" – TEB e a tradução da "Bíblia Sagrada" – CNBB. Konings é Colunista do Dom Total.)