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Perseguição aos cristãos na Nigéria: ONU evoca crimes contra a humanidade

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Destroços de carro após atentado no dia de Natal na Nigéria

A Alta Comissária da ONU para os direitos humanos, Navi Pillay, indicou nesta quinta-feira que o grupo islamita Boko Haram na Nigéria pode ser declarado culpado de "crimes contra a humanidade" se a justiça mostrar que cometeu ataques sistemáticos contra a população.

"Os membros da Boko Haram e de outros grupos e entidades, se a justiça considerar que cometeram ataques sistemáticos e generalizados contra a população civil - inclusive com base na religião ou na etnia - podem ser declarados culpados de crimes contra a humanidade", declarou Pillay em um comunicado.

"Os atos deliberados que conduzem à ´depuração´ da população com base na religião ou na etnia seriam também equivalente a crimes contra a humanidade", disse.

A responsável da ONU para os direitos humanos convocou os responsáveis religiosos na Nigéria, "especialmente os muçulmanos e cristãos, a somar forças para condenar de maneira inequívoca toda violência, incluindo as represálias".

Também pediu a eles para "incentivarem seus discípulos para que identifiquem e ajudem a deter todos aqueles envolvidos nas matanças e outros atos de violência que ocorreram".

Desde os sangrentos atentados do dia de Natal, que deixaram ao menos 49 mortos, sete ataques contra cristãos provocaram mais de 88 mortes, a maioria das quais reivindicadas pela Boko Haram.