sexta-feira, março 02, 2012

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Nomeação de Ministro: a Igreja Católica está sendo excluída do Governo do PT

Novo ministro é sobrinho de Edir Macedo, Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus. O senador Marcelo Crivella, 54, é conhecido por suas posições conservadoras.
Brasília, 01 - A indicação do senador evangélico Marcelo Crivella (PRB) para o Ministério da Pesca e Aquicultura confirma, entre outras coisas, o enfraquecimento da influência dos setores progressistas da Igreja Católica no governo.

Uma das intenções do presidente Luiz Lula Inácio da Silva (PT), ao criar a pasta, em 2003, era acolher na sua equipe o pensamento das pastorais sociais da Igreja, que sempre estiveram na base do seu partido. Uma dessas pastorais, a dos pescadores, foi um dos fatores que inspiraram a criação do ministério.

A pastoral existe desde 1970, tendo se fortalecido em Pernambuco, Paraíba, São Paulo e Santa Catarina. Seus agentes defendem os direitos sociais de pequenos pescadores e estimulam a criação de novos meios de geração de renda entre eles.

Foram esses princípios que o primeiro titular da pasta, o catarinense José Fritsch, defendeu em sua gestão, entre 2003 e 2006. Petista histórico, ele iniciou a carreira política numa dessas pastorais sociais, a Comissão Pastoral da Terra, e manteve-se fiel a elas durante todo o tempo de governo. Na opinião de bispos ligados à área social, foi o melhor ministro até agora.

O segundo titular, Altemir Gregolin, também era petista e catarinense. Embora não tão próximo da Igreja, manteve os rumos do antecessor.

O quadro mudou de maneira brusca com a posse de Dilma Rousseff. Ela ofereceu o ministério como prêmio de consolação a Ideli Salvatti, após a senadora ter sido derrotada nas eleições para o governo de Santa Catarina.

Ideli permaneceu no cargo cinco meses. Foi substituída por Luiz Sérgio Nóbrega de Oliveira, que acaba de ser trocado por Crivella.

Outro fator que confirma o declínio dos católicos progressistas é a decisão de afastar Gilberto Carvalho da interlocução com os evangélicos. Para quem não se lembra, a formação política do titular da Secretaria-Geral da Presidência também se deu nas pastorais sociais da Igreja.
O Estado de S. Paulo, 01-03-2012.

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