Jesus nos responde: “Eu sou o Bom Pastor”. Se entendermos,
na palavra “bom”, o sentido de “modelo”, então teremos a resposta certa,
porque o Senhor é modelo de Pastor ideal.

Você, presidente, governador, prefeito, político, bispo, sacerdote,
diácono, consagrado, catequista, casado, pai, mãe ou jovem, como tem
sido bom pastor para as ovelhas que lhe foram confiadas por Deus?
O Bom Pastor dá a sua vida por nós. Isso requer de nós a consciência
de nossa tarefa, de nosso dever. Ao dar a Sua vida, Jesus estava
consciente de que não perderia nada. Quem se gasta a serviço do projeto
de Deus não perde a vida, mas constrói para si – e para o mundo – a vida
eterna e verdadeira. O seu dom não termina em fracasso, mas em
glorificação. Para quem ama não há morte, pois o amor gera vida
verdadeira e definitiva.
O apascentador dá a vida por suas ovelhas. Jesus se apresenta como
modelo de Pastor ideal, fato polêmico com os sumos sacerdotes e mestres
da Lei, denunciando o modo como o povo era tratado por seus líderes.
Diferente do mercenário – como bem nos escreve João -, que não se
importa com as ovelhas, Jesus é Aquele que vive para os Seus.
Ele, o Homem da substituição solidária, conhece e dá Sua vida para
que tantos a tenham. Por isso, o Pai Lhe ama e Lhe concede o poder de
tirar e receber a vida: “Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim
mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente;
essa é a ordem que recebi do meu Pai” (Jo 10,18). Essa missão é
marcada por uma relação pessoal e íntima com as ovelhas: conhece a cada
uma, fruto de amor-doação. Mas, ao mesmo tempo, não se limita às
fronteiras de Israel: “Tenho também outras ovelhas…”. Seus cuidados de Pastor destinam-se a levar vida a todos os povos da Terra.
Em Jesus se realiza a ação do Pai. N’Ele e por Ele a salvação chega ao universo, como Lucas reconhece nos Atos dos Apóstolos: “Em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos”.
Em Jesus recebemos o grande presente do Pai: somos todos considerados
filhos de Deus. Desta consciência deve nascer toda a nossa alegria e
esperança. Se o mundo em que vivemos nos revela que perdeu seu sentido
de ser entregue à violência, à corrupção exagerada e ao consumismo
desaforado, nós temos o grande compromisso de levar a Boa Nova mediante
atitudes cristãs que nos empenham na luta por ver triunfar, neste mundo,
o amor do Bom Pastor por Suas ovelhas.
A entrega de Jesus não é um acidente nem uma inevitável fatalidade,
mas um gesto livre de alguém que ama o Pai, ama os homens e escolhe o
amor até às últimas consequências. O dom de Jesus é um dom livre,
gratuito e generoso. Sua decisão em oferecer, livremente, a própria
vida, manifesta Seu amor pelo Pai e pelos homens.
Jesus é a porta que introduz o ser humano na vida de Deus. Entrando
por essa porta, as ovelhas se encontram com o Pai e com o Seu projeto de
salvar a todos, inclusive você, meu irmão e minha irmã!
A salvação está entrando em sua casa pela parábola do Bom
Pastor. Louve e agradeça a Deus, porque Ele é bom, pois em Jesus se
manifesta a ternura do Pai que quer nos conduzir.
Veja que Pedro, cheio do Espírito Santo, disse: “É pelo nome de
Jesus Cristo, de Nazaré – Aquele que vós crucificastes e que Deus
ressuscitou dos mortos – que este homem está curado diante de vós”,
ou seja, que nossas ações possam revelar o Cristo. Somente por Ele
sejam feitas nossas ações pastorais e sociais. Pedro, nessa passagem do
Livro dos Atos dos Apóstolos, nos inspira a ser reveladores do Bom
Pastor. Portanto, alegremo-nos no Senhor fazendo o bem, mesmo quando
encontrarmos oposição. Isso enriquece nossa vida, porque o amor de Jesus
é salvação, é Páscoa, é Ressurreição!
Que neste domingo, eu e você busquemos ser sinal do Bom Pastor que “dá a vida por suas ovelhas”
e faz-se Pão partilhado. Que cada batizado se sinta chamado e
comprometido com Sua causa. Que Sua ação seja a nossa ação mediante
participação, a cada domingo, no memorial eucarístico, e concretizado na
perfeita busca pela justiça e paz. Que possamos, verdadeiramente, ser
bons pastores e revelar o Reino de Deus nas nossas manifestações de
carinho e atenção mútua, em especial pelo pobre e sofredor, figura
predileta da ternura e do cuidado do Bom Pastor.
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